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Ato de Bolsonaro que contrariou parecer de Moro foi usado por defesa de miliciano

Política

Ato de Bolsonaro que contrariou parecer de Moro foi usado por defesa de miliciano

Advogados de Adriano da Nóbrega se basearam em alteração do artigo 315, que dispõe sobre a decretação de prisões preventivas

Ato de Bolsonaro que contrariou parecer de Moro foi usado por defesa de miliciano

Foto: Marcos Corrêa/PR

Por: Juliana Rodrigues no dia 17 de fevereiro de 2020 às 09:40

Um dos trechos do pacote anticrime que o presidente Jair Bolsonaro sancionou mesmo após recomendação contrária do ministro da Justiça, Sergio Moro, foi citado pela defesa do miliciano Adriano da Nóbrega para tentar derrubar o mandado de prisão preventiva que havia contra ele. A informação é da coluna Painel, da Folha.

Na manifestação dos advogados, enviada no último dia 30 à Justiça do Rio de Janeiro, consta que a manutenção da ordem chocava-se contra “importantíssima alteração legislativa resultante do pacote anticrime” que dificultou a decretação de prisões preventivas.

A alteração no artigo 315 do Código de Processo Penal estabeleceu que as decisões sejam não só “fundamentadas”, mas tenham indicação “concreta da existência de fatos novos ou contemporâneos” e não invoquem “motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão”, entre outros pontos. O parecer enviado por Moro a Bolsonaro sugeria a exclusão de um dos trechos do artigo 315, o de que é preciso haver indicação concreta de fatos novos.

Para a defesa de Adriano, a decisão desfavorável ao seu cliente —de não derrubar o mandado de prisão—  aponta a existência de “elementos concretos”, mas não os especifica, mostrando-se, conforme outro ponto do artigo, “um fundamento tão genérico que poderia ser utilizado para qualquer outra decisão”.