
Política
Fundação Palmares repudia Zumbi no dia 13 de maio
“Começou o choro dos afromimizentos”, disse o presidente da fundação, Sergio Camargo, após críticas

Foto: Divulgação
Presidente da Fundação Palmares, o jornalista Sérgio Camargo publicou no site da instituição um texto do historiador Luiz Gustavo dos Santos Chrispino sobre Zumbi dos Palmares, apontado por muitos como um dos símbolos da luta na abolição da escravatura.
Hoje, 13 de maio, o Brasil lembra do fim da escravidão, assinado pela princesa Isabel, mas fruto da luta de muitos pretos e pretas. Na peça endossada pelo presidente da Fundação Palmares, Chrispino afirma que Zumbi "está longe de ser esse mega ultra super defensor dos negros". "Se levarmos em conta o que temos de escritos sobre ele, nos mostram apenas, que pode ter lutado pela manutenção da liberdade dos negros fugitivos e idos para Palmares, mas, sua voz não ecoa sobre o fim da escravidão".
A faz afirmações ainda sobre o dia 20 de novembro, onde celebra-se a Consciência Negra. ": Se existe uma Consciência Negra no Brasil, também deve existir uma branca e outra indigenista, coisas que não existem. A Consciência da importância do negro, do branco e do índio, é que deveria pautar a população como um todo, mas, o propósito de separar a população em nichos pelos políticos e partidários da transformação do Brasil num país comunista, não deixa que tal coisa ocorra, pois, conscientizar toda a população levantaria a questão de que estes que pregam tal coisa, querem apenas o domínio do poder sobre a população, as riquezas e o país como um todo".
Para coroar a "obra", o autor traz à baila uma frase do ator Morgan Freeman, que é combatida por pretos e pretos por diminuir a luta da população. "O dia em que pararmos de nos preocupar com a Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com a Consciência Humana, o racismo desaparece".
A ação foi vista como um “revisionismo histórico”. “Isabel não é redentora. Zumbi é nosso herói. 13 de maio é dia de denúncia do racismo e de luta do povo negro. Esse revisionismo histórico é desonesto e canalha", protestou o professor de história Douglas Belchior. Camargo respondeu: “Começou o choro dos afromimizentos”.
No final do ano passado, o juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra suspenseu a nomeação do jornalista para o posto em que hoje está. Ele acolheu argumento de que Camargo "contraria frontalmente os motivos determinantes para a criação" da Fundação Palmares e põe a instituição "em sério risco".
Em fevereiro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém, liberou a nomeação do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro.
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