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Advogada critica uso da constelação familiar no Judiciário: “Não deveria ser legal”

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Advogada critica uso da constelação familiar no Judiciário: “Não deveria ser legal”

A análise de Carolina Dumet foi feita, nesta quinta-feira (23), durante o programa Especial Metropole Serviço e Saúde

Advogada critica uso da constelação familiar no Judiciário: “Não deveria ser legal”

Foto: Felipe Aguiar/Metropress

Por: Metro1 no dia 24 de novembro de 2023 às 16:11

Atualizado: no dia 24 de novembro de 2023 às 16:43

A advogada Carolina Dumet, membro da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-BA (Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia), comentou, nesta quinta-feira (23), sobre as problemáticas do uso da constelação familiar como método de conciliação na Justiça brasileira. 

No programa Especial Metropole Serviço e Saúde, Carolina Dumet criticou, por exemplo, o método da constelação familiar de culpabilizar a vítima pelo abuso sofrido e não perdoar o agressor.

 “O que ela [constelação familiar] faz é sustentar que o abusador fez isso por um motivo e a vítima tem que se desculpar [...] É algo extremamente pseudocientífico, que é usado para justificar abusos sexuais. Isso é usado no nosso Judiciário como se fosse uma forma de conciliação”, afirmou. 

Segundo ela, a utilização do método acaba sendo considerada legal dentro do Judiciário brasileiro devido ao Código Civil, que incentiva a prática de métodos alternativos para a solução dos conflitos. 

“Não deveria ser legal. A gente tem outros métodos que são legais, como a mediação, a arbitragem e a conciliação. E são [métodos] feitos por profissionais capacitados, que têm todo um curso e uma formação para fazer”, explicou a advogada.

Danos à saúde mental

A psicóloga especialista em sexologia clínica, Ana Paula Pitiá, falou ainda sobre os riscos que coaching e “consteladores” podem oferecer à saúde mental das pessoas que buscam por um atendimento.   

Pitiá também comentou sobre já ter ouvido de conhecidos casos em que os profissionais agiram de forma incorreta. “A gente recebe os mais diversos absurdos. Uma pessoa me disse: ‘a minha antiga terapeuta falou que a minha recusa sexual era uma forma de poder, eu queria dominar o meu marido’. A recusa sexual dela, em primeiro lugar, é um direito de não querer transar, e segundo, ele era um abusador. Ela estava num nível de sofrimento absurdo”, contou.

Ainda em entrevista, a psicóloga apontou a necessidade de buscar profissionais especializados quando precisar de tratamento para saúde mental. 

Confira o programa na íntegra: