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"Não conheço um povo mais farmacêutico que o nosso", afirma especialista do sono

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"Não conheço um povo mais farmacêutico que o nosso", afirma especialista do sono

Francisco Hora concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta sexta-feira (6)

"Não conheço um povo mais farmacêutico que o nosso", afirma especialista do sono

Foto: Carla Astolfo/Metropress

Por: Metro1 no dia 06 de setembro de 2024 às 09:25

Atualizado: no dia 06 de setembro de 2024 às 11:25

O especialista do sono Francisco Hora afirmou que o Brasil é um dos países que mais consomem remédios no mundo. Em entrevista à Rádio Metropole, nesta sexta-feira (6), o profissional ainda relacionou o uso excessivo de medicamentos à quantidade de médicos formados de forma incompleta, baseado no interesse do mercado financeiro das faculdades pelo país.

“Não conheço um povo mais farmacêutico do que o nosso. Adoramos remédios. É tradicional a gente querer esse tipo de solução”, disse o profissional, ao afirmar ainda que observa um crescente número de jovens entre os 20 e 30 anos recorrendo a remédios que podem ser desnecessários. “É um preço muito alto, dependência e tolerância. Não quero dizer que não existam remédios para algumas situações, mas para isso tem a figura do médico”, afirmou.

Durante a entrevista, Francisco Hora ainda criticou o crescimento exponencial de faculdades de medicina no país, que pode gerar profissionais despreparados para lidar com as responsabilidades da profissão. Dados da Demografia Médica, divulgados em abril deste ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), apontam que atualmente o Brasil conta com um índice de 2,8 médicos por mil habitantes e 389 escolas médicas espalhadas pelo país.

“Vamos passar de 600 mil médicos daqui a pouco. Formados em escolas 'tabajaras', sem professores, sem hospitais-escola. Não podemos evoluir dessa forma. Esses médicos não irão servir às demandas que precisamos e estarão, boa parte deles, despreparados” criticou Hora. Ainda conforme o CFM, há 182 processos que buscam a autorização de abertura de vagas para cursos de medicinas - 72,5% não cumprem parâmetros essenciais para o ensino médico poder ser feito adequadamente.

Confira a entrevista na íntegra: