Mirian Goldenberg: uma sociedade de aparências faz com que envelhecer seja motivo pânico

Envelhecer numa sociedade que supervaloriza a juventude, ter coragem de ser quem é, na velhice, é um ato de resistência. Essa é a premissa de "Memórias de uma antropóloga malcomportada", novo livro da antropóloga e escritora Mirian Goldenberg, que soma 33 títulos publicados. Em entrevista ao Jornal da Metropole no Ar desta segunda-feira (2), ela defendeu uma velhice sem culpa ou vergonha, em contraponto à cultura da aparência, do silenciamento e da invisibilidade dos mais velhos.

“Esse é o livro mais bonito que eu já escrevi, não tem igual. É um livro que eu escrevi contando toda a minha trajetória [...]. A antropologia acabou sendo uma ferramenta maravilhosa para eu entender que não estou sozinha”, afirmou Miriam.

A autora compartilha memórias marcadas por exclusão, violências familiares e descobertas que a conduziram à liberdade de ser quem é. Com sensibilidade e humor, Miriam afirmou que os maiores medos de envelhecer vêm das mulheres mais jovens, ensinadas a temer a perda de valor diante das rugas.

“Eu quero ser uma velha sem vergonha, muito mal comportada. Porque o sofrimento de envelhecer vem muito da vergonha, numa cultura que esquece valores importantes da vida e da velhice”, concluiu.

Confira a entrevista completa: