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Casemiro Neto entrevista autor de livro sobre 2 de Julho e diretor do filme ‘A Matriarca’

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Autor de livro sobre 2 de Julho crítica apagamento da data na história nacional: “tudo desaparece diante da figura de Dom Pedro”
Sérgio Guerra Filho concedeu entrevista ao Jornal da Cidade desta quarta-feira (2)
Foto: Reprodução/Youtube
O apagamento da importância do 2 de Julho como verdadeira data da Independência do Brasil e o silenciamento de personagens populares da luta foram criticados pelo professor e escritor Sérgio Guerra Filho durante participação no Jornal da Cidade, comandado por Casemiro Neto, nesta quarta-feira (2). Em referência ao livro que organizou, “2 de Julho: 200 anos da luta de um povo”, Guerra defendeu que a história oficial ainda privilegia elites e apaga a participação decisiva da Bahia e do povo brasileiro na ruptura com Portugal.
“Quando você faz do 7 de setembro um grande mito, tudo o que não cabe nessa história é apagado. Houve guerra na Bahia, batalhas no Piauí, no Maranhão, no Pará. Indígenas, escravizados, libertos, pobres, gente de todas as regiões lutaram. Mas tudo isso desaparece diante da figura de Dom Pedro I”, afirmou.
Segundo o pesquisador, o processo da Independência foi marcado por derramamento de sangue e por confrontos diretos, especialmente em solo baiano, onde 10 mil brasileiros enfrentaram 10 mil portugueses em uma guerra que durou um ano. O livro, lançado neste 2 de Julho, reúne estudos produzidos em quatro universidades baianas e busca valorizar o protagonismo coletivo apagado da história nacional.
“A história não foi feita só por homens brancos como Dom Pedro. Maria Felipa, por exemplo, era mulher negra, pescadora, e mesmo assim resistiu. Só que ela não deixou documentos, porque o que temos nos arquivos foram escritos pelas autoridades, que se elogiavam e ignoravam o povo”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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