Chico Alencar critica bloqueio no Congresso e diz que apoio aos EUA por parlamentares é “patético”

Em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta quarta-feira (6), o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou duramente a paralisia do Congresso Nacional, em meio a protestos como o dos senadores da oposição que se acorrentaram à mesa do plenário do Senado. 

“O fato é isso: o poder Legislativo central do Brasil está obstaculizado, bloqueado, impedido de cumprir suas funções, com amplo direito às posições deles. Eles vencem muitas votações, aquela da lei do licenciamento ambiental, que a gente chama de lei da devastação. Agora, botaram os esparadrapos na boca, alguns botaram nos olhos, alguns botaram nos ouvidos”, afirmou. 

O parlamentar apontou ainda a descrença popular em relação às decisões do Congresso. “O Parlamento brasileiro tem vícios terríveis e que atingem a credibilidade do próprio Parlamento, da política em geral”, completou. 

Tarifaço dos EUA 

Durante a entrevista, Chico criticou parlamentares que demonstram apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à recente política tarifária americana contra o Brasil. “Fico abismado com um agente no Brasil que louva o Trump, que leva, como fizeram no recesso, bandeira dos Estados Unidos de Donald Trump, 'Make America Great Again', para o plenário de uma comissão aqui. Como rezam para o Trump, como apoiam esse tarifaço unilateral, absurdo, injusto. É impressionante. Essa gente não tem noção do que é soberania nacional”, disse. 

O deputado concluiu com uma crítica à contradição entre o discurso patriótico e a submissão a interesses externos. “O Brasil está vivendo tempos distópicos e meio malucos. Gente que se diz patriota, se verde e amarela toda nas ruas, defende que Trump determine unilateralmente os impostos. Gente que quer aumentar a sua representação no Parlamento, bloqueia o Parlamento agora. Então, a contradição onde essa gente chafurda é evidente, é enorme. Espero que a população entenda e rejeite isso. Inclusive nas ruas, no ano que vem”, concluiu. 

Confira a entrevista completa na íntegra: