Márcio Seixas lembra episódio curioso ao dublar Sean Connery: “Achei que não daria certo”

O locutor e dublador Márcio Seixas revelou que são feitas mudanças sutis em sua voz de um ator para o outro durante as dublagens. Em entrevista no Jornal da Bahia no Ar nesta sexta-feira (29), ele explicou que foi pedido para que interpretasse os personagens e não tentasse modificar os atores. Seixas compartilhou fatos curiosos e engraçados de seus trabalhos no cinema. 

“O que fiz achando que não daria certo, mas foi imposição da direção da dublagem, para que fizesse um filme onde a projeção da voz tinha o defeito de arcada dentária do Sean Connery. Por incrível que pareça fiz um filme inteiro assim, quando chegou na Globo, perguntaram se eu estava com problema nos dentes. Tive que refazer tudo”, contou o dublador. 

O artista trabalhou 19 anos na Disney e deu vida a personagens como James Bond, Batman, além dos atores Clint Eastwood e Timothy Dalton. Ele explicou que o timbre usado na dublagem dos trabalhos do ator Morgan Freeman se assemelha a sua voz normal, mas que o filme “Meu mestre, minha vida” exigiu muitas tentativas por conta dos textos longos que cansam a voz. Seixas detalhou como funciona o processo de gravação e a necessidade de interpretar a reação dos personagens. 

“Se você fosse o dublador, estaria na sua frente: o texto em uma posição oblíqua para que leia ele e, ao mesmo tempo, monitore a imagem. Porque tem momentos que o ator na interpretação faz alguns movimentos, é complicado”, descreveu o locutor. Márcio Seixas disse que não tem cuidados especiais com a voz, apenas não comete excessos. 

Márcio disse que dublar o ator Clint Eastwood é seu favorito de dublar por sua fala mais mansa e suave.

Confira entrevista completa: