Neurologista aponta sinais de enxaqueca para serem percebidos em crianças

A enxaqueca é uma doença genética hereditária causadora da segunda maior quantidade de casos de incapacitação no mundo, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). A neurologista Bárbara Costa, em entrevista no Metropole Saúde desta terça-feira (16), afirmou que a condição é “uma doença de jovens” e alertou para os sinais da doença em crianças, que podem ter uma barreira para se comunicar e reportar as dores de cabeça.

Bárbara falou sobre a dificuldade de perceber a condição em crianças, porém, é possível notar algumas características que condizem com a presença da enxaqueca: “Muita náusea, muito vômito, a criança sente muita náusea no carro, tontura”. Ela comentou sobre a síndrome dos vômitos frequentes, que podem ser um indicativo da doença.

A neurologista ressaltou alguns comportamentos que crianças portadoras de enxaqueca podem adotar ao serem acometidos pelas dores de cabeça. “Reportar dor unilateral, um incômodo à luz. A criança pode não falar que está incomodada com a luz e barulho, mas vai evitar. Na escola ela não consegue ficar no recreio, não consegue brincar durante a exposição solar. Observar os comportamentos é importante, muitas vezes ela não vai trazer a queixa, mas os pais observam que ela evita”, afirmou.

O impacto da enxaqueca nos afazeres é notável, especialmente na infância. A especialista citou que já viu muitos casos de crianças que quase estavam perdendo de ano na escola pela quantidade de faltas. Ao mesmo tempo, existem as que vão à escola, mas não conseguem prestar atenção nas aulas. “Não é só o impacto em faltar, é avaliar se aquela criança ou adulto está produzindo adequadamente como deveria produzir, porque a dor de cabeça também impacta na produção diária”, completou Bárbara.

Uso excessivo de medicamentos

O uso excessivo de analgésicos foi classificado pela neurologista como um fator cronificador. A enxaqueca se apresenta em diferentes níveis em determinados pacientes, portanto, existem aqueles com uma incidência maior de dores de cabeça, às vezes até diárias. Estes casos de enxaqueca mais acentuadas, podem estar relacionados à utilização exagerada destes medicamentos. "O uso excessivo do analgésico, o não tratamento adequado da condição, pode transformar uma enxaqueca que era eventual, numa crônica, frequentemente". Dores de cabeça que se apresentam por 15 dias ou mais num único mês, demandam maior dificuldade no tratamento.

Confira a entrevista na íntegra: