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Camila Vasconcelos critica medicalização da saúde: 'Transformaram a farmácia em um pequeno shopping'
Camila Vasconcelos denuncia influência da indústria farmacêutica e alerta para excesso de consumo de medicamentos
Foto: Catarina Queiroz/Metropress
Advogada especialista em Direito Médico e professora de Bioética da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Camila Vasconcelos criticou duramente a medicalização excessiva da vida e o papel da indústria farmacêutica, em entrevista concedida nesta terça-feira (14) ao Jornal da Bahia no Ar. Para ela, o fenômeno vai além da saúde e se tornou um problema social com fortes interesses comerciais.
“A medicalização da vida, o que acontece e que preocupa, que é grandioso, vem da indústria farmacêutica, que ganha tanto dinheiro quanto a indústria bélica. Existem denúncias que devem ser feitas. Também é um fenômeno social, que reverbera na mente da sociedade”, afirmou.
Camila também destacou a pressão que recai sobre médicos e pacientes. “Tem médicos que dizem que são muito reticentes quanto ao uso de medicamentos, mas o paciente se sente muito frustrado se não sair de lá pelo menos com um papelzinho. A gente criou uma expectativa de medicalização da vida, muito provavelmente construída por essa indústria e essa grande máquina”, explicou.
A especialista ainda condenou a lógica de mercado que transformou farmácias em centros de consumo e criticou a publicidade de medicamentos. “Sou contra propaganda nos intervalos da televisão. Por que temos tanta propaganda de medicação se a medicação tem que ser prescrita por um médico? Quando entramos em farmácias hoje, encontramos desde prendedores de cabelo a medicamentos de alta complexidade. Transformaram a farmácia em um pequeno shopping, sob o argumento de facilitação da vida, e isso tem usurpado nossas facilidades de acesso à saúde, que são de outra ordem e não da ordem do consumo em excesso. A indústria pesada, assédio aos médicos é muito pesado”, concluiu.
Confira a entrevista na íntegra:
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