Presidente da CUFA ressalta força econômica das favelas e cobra mais investimentos do poder público

O presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Marcio Lima, ressaltou o papel econômico e social das favelas brasileiras. Em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta terça-feira (4). Durante a conversa, ele defendeu que a favela deve ser vista como um espaço de potência e criticou quem se aproveita da sua imagem sem conhecer sua realidade.

"A favela hoje movimenta cerca de 300 bilhões de reais por ano. Temos marcas e serviços criados dentro da própria favela. A favela consome muito, mas pouco se fala sobre isso", disse ao destacar a favela como um espaço de potência econômica.

O presidente da Cufa lembrou que muitas comunidades nasceram de ocupações e se transformaram em bairros estruturados graças à luta dos moradores. “Temos exemplos como o Bairro da Paz, que começou como uma ocupação e hoje é um bairro consolidado. No Calabar, a própria comunidade construiu escola, posto de saúde e centro profissionalizante. Essas favelas lutaram para existir e se fortaleceram dentro da cidade", relembrou.

Para ele, o Estado deve atuar de forma mais próxima das comunidades. “A gente precisa explorar a sustentabilidade da própria favela, formar as pessoas da favela para começar a virar essa chave do estigma de coitadinho, de marginalizado e começar a desenvolver a partir da base. E isso junto com o poder público. Tem que discutir junto, não de fora pra dentro, mas de dentro pra fora", concluiu.

Confira a entrevista na íntegra: