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Quarta-feira, 10 de abril de 2024

Saúde

App do Ministério da Saúde orienta 'tratamento precoce' para Covid-19 com medicamentos não comprovados

Indo na contramão do que recomendam os especialistas e entidades médicas, o TrateCOV orienta o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.

App do Ministério da Saúde orienta 'tratamento precoce' para Covid-19 com medicamentos não comprovados

Foto: Divulgação

Por: Stephanie Suerdieck no dia 20 de janeiro de 2021 às 17:31

O Ministério da Saúde lançou recentemente o aplicativo chamado "TrateCOV", com o objetivo de auxiliar o diagnóstico da Covid-19. Apesar de ser destinado aos profissionais de saúde, a ferramenta, que traz um formulário no qual o usuário insere dados sobre comorbidades, sintomas e exposição a ambientes de risco, tem acesso livre.

Indo na contramão do que recomendam os especialistas e entidades médicas, o TrateCOV orienta o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, sugerindo o que o aplicativo denomina "tratamento precoce" a pessoas de todas as idades quando informados alguns sintomas. A recomendação do aplicativo do para tratamentos de Covid-19 com esses medicamentos foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

O TrateCov foi lançado pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, no dia 11 de janeiro, durante visita a Manaus. De acordo com o ministério, a ferramenta sugere o diagnóstico por meio de sistema de pontos que obedece "rigorosos critérios clínicos". Na última segunda-feira (18), Pazuello afirmou que o governo recomenda "atendimento precoce" e que as expressões podem ser confundidas. Vale lembrar, no entanto, que em atos públicos o governo preconizou o chamado tratamento precoce, baseado em medicamentos cuja eficácia contra coronavírus não é comprovada.

Ontem (19), entidades médicas como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) reforçaram, em nota conjunta, que não há evidências científicas sobre '"tratamento precoce" para Covid-19.