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Psiquiatra defende quebra de patentes e critica monopólio da indústria da vacinação

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Psiquiatra defende quebra de patentes e critica monopólio da indústria da vacinação

Na avaliação de Carlos Parada, seis indústrias dominam a produção mundial de vacinas contra a Covid-19 e atrapalham uma imunização rápida

Psiquiatra defende quebra de patentes e critica monopólio da indústria da vacinação

Foto: Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 16 de fevereiro de 2021 às 08:35

O médico psiquiatra Carlos Parada comentou a produção mundial de vacinas contra a Covid-19 e lamentou que o processo de imunização esteja ocorrendo de forma mais lenta. Em entrevista a Mário Kertész hoje (16), na Rádio Metrópole, ele afirmou que o problema atinge tanto países ricos como em países mais pobres.

"Ótimo que tenham inventado a vacina e que remédios existem, mas é preciso que a maioria da população do mundo tenha acesso a essas vacinas. E o o único jeito disso é liberar as patentes para toda e qualquer indústria que possa produzir essas vacinas. Tem vários tipos, mais ou menos complexas, mas o fato é que existem seis indústrias que dominam a produção mundial de vacinas e há uma penúria de vacinas no mundo inteiro, tanto em países ricos como em países pobres", declarou o médico.

Na avaliação de Parada, por conta do financiamento público, as vacinas não devem ter entraves para serem produzidas por diversas outras indústrias. "Esse argumento de que 'nós pagamos, nós tivemos o risco e então nós merecemos' é extremamente falacioso pelo seguinte. Veja só a Moderna, a vacina americana. Ela foi 100% financiada, desde o começo até o fim, do desenvolvimento até a produção, pelo dinheiro público americano. Na época, Donald Trump estava muito habilitado que tivesse uma vacina e financiaram", disse. 

Carlos Parada disse ainda que a pandemia trouxe uma série de novos comportamentos para a sociedade. Em tempos de crise, ele alerta que é necessário que a população esteja atenta aos avanços das informações sobre o coronavírus, como as variantes. "Essa epidemia fez da gente imediatistas. A gente pensa cada dia como vamos sobreviver. Vou lembrar, essa crise, se não achar um tratamento, ela vai durar muito e com muitas surpresas. Você imagina o dia que o vírus mutar e começar a matar crianças? A gente vai continuar a conversar como estamos conversando hoje? É inaceitável. Vai demorar e a gente vai precisar buscar uma resposta a longo prazo", declarou o médico psiquiatra.

Ele ainda cita o papel do país no passado, quando o Brasil assumiu o protagonismo na luta por um melhor tratamento de Saúde em diversas ocasiões. "Não falta só vacina nos países pobres, nos países ricos também falta a vacina. A penúria é enorme e é um círculo vicioso porque ela aumenta o preço das vacinas e torna mais caro. Por isso essas patentes não podem ficar na mão de poucos. Não falo de revolução, de extrema-esquerda e nem nada. O Brasil já fez isso de quebrar a patente ou ameaçar de quebrar a patente no passado para o tratamento da AIDS. Hoje para tratar a humanidade a gente não tem a coragem política de desencadear meios para conseguir que todos produzam", pontuou Parada.