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Novembro Azul: fantasma da masculinidade frágil ainda impacta a saúde dos homens

Saúde

Novembro Azul: fantasma da masculinidade frágil ainda impacta a saúde dos homens

Mesmo com o câncer de próstata levando quase 30% dos homens à morte, muitos deles ainda se recusam a cuidar da própria saúde por razões sociais e psicológicas

Novembro Azul: fantasma da masculinidade frágil ainda impacta a saúde dos homens

Foto: Freepik

Por: Ismael Encarnação no dia 30 de novembro de 2024 às 12:00

Atualizado: no dia 02 de dezembro de 2024 às 09:41

Em novembro, o cuidado com a saúde masculina, especialmente o combate ao câncer de próstata, ganha destaque com a campanha de conscientização Novembro Azul. Mas passado o mês, pouco se fala sobre a doença que, de acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, é a causa de morte de 28,6% dos homens. 

O câncer de próstata é o tipo mais comum entre homens e única maneira de evitá-lo é com a prevenção que é feita através de exames - incluindo o exame de toque retal. Para isso, os homens precisam romper algumas barreiras sociais e psicológicas, passando simplesmente a desenvolver o autocuidado.

Prevenir é o melhor remédio

Conforme informações da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), de 2015 até outubro deste ano, 13.552 homens já morreram em decorrência do câncer de próstata na Bahia.

Além desse tipo de câncer, a prática de realizar consultas e exames de prevenção seria a saída para outros problemas como os cardiovasculares, psicológicos, sexuais, dentre outros. Mas, segundo a última pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 40% dos homens que se consideram preocupados com a própria saúde só buscam os médicos após sentirem algo, o que reforça o quão tardiamente diagnósticos podem ser dados até mesmo para que recebam tratamentos adequados e tenham respostas satisfatórias.

Aos poucos, homens passam cuidar mais de si, mas tímidos

Com o indicativo negativo, aos poucos, esse ciclo parece estar seguindo um caminho de mudança. Um levantamento da Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), revela que, entre 2019 e 2023, o número de homens com planos de saúde aumentou em 8,4%. O urologista Bruno Falcão diz que percebeu um aumento de homens na busca pelo cuidado com a saúde em consultório, mas a grande maioria só vai ao médico quando já está doente. 

Em relação ao exame de toque, Falcão aponta que boa parte dos homens ainda é resistente a realizá-lo por fatores como a estigmatização e a desinformação sobre a importância dele.

A raiz da masculinidade frágil que pode levar aos óbitos

O autocuidado do homem transita entre os fatores sociais e psicológicos de que o comportamento masculino deve ser embrutecido. Para o psicólogo Vinícius Farani, a estigmatização do exame de toque vem do significado que a própria masculinidade frágil pode atribuir a ele, porque o paciente pode se sentir vulnerável ali e, o homem, afetado pela masculinidade frágil, tem dificuldade em estar vulnerável. Farani ainda diz que a base da masculinidade frágil é a insegurança e, por isso, a rigidez é atribuída aos comportamentos, o que faz com que muitos homens coloquem suas próprias vidas em risco.

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