
Saúde
Obesidade infantil pode custar R$ 3,8 bilhões ao SUS até 2060, aponta estudo
Pesquisa estima que políticas eficazes poderiam evitar mais de 70 mil mortes e gerar economia de R$ 1 bilhão

Foto: Divulgação/Sec. de Estado de Saúde - RJ
A obesidade infanto-juvenil poderá gerar custos diretos de R$ 3,84 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) até 2060, segundo estudo encomendado pelo Instituto Desiderata. Quase 95% das despesas devem ser concentradas em internações hospitalares.
O levantamento, elaborado com base em dados da Fiocruz e do Ministério da Saúde, mostra que o custo anual deve subir de R$ 83 milhões em 2024 para mais de R$ 115 milhões em 2060. O pesquisador da Fiocruz Brasília, Eduardo Nilson, destaca que o problema exige ação imediata.
“A questão da obesidade infanto-juvenil não é um problema somente futuro. Também aumenta o risco de internação e de outros problemas de saúde na própria infância e adolescência”, afirmou. “As nossas estimativas foram de que da década de 2013 a 2022 se somaram R$ 225,7 milhões em custos atribuíveis à obesidade nesse grupo etário.”
O estudo indica que, se políticas públicas eficazes forem implementadas, é possível reduzir a obesidade infantil em 10%, gerando economia de mais de R$ 1 bilhão ao SUS e evitando mais de 70 mil mortes e 250 mil casos de doenças crônicas em adultos.
A projeção para 2060 mostra que 48% dos custos estarão concentrados em adolescentes de 15 a 19 anos, 33% entre crianças de 5 a 9 anos e 18% entre 10 e 14 anos.
Entre 1974 e 2009, a obesidade em crianças de 5 a 9 anos passou de 2,4% para 14,2% no Brasil. Caso a tendência continue, o número de brasileiros com obesidade pode saltar de 26 milhões em 2024 para 38 milhões em 2060.
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