
Saúde
CGU aponta descarte de R$ 2 bilhões em vacinas e insumos da Covid-19 pelo Ministério da Saúde
Auditoria identificou perdas entre 2021 e 2023; pasta alegou que o contexto da pandemia gerou desperdícios inevitáveis e que trabalha para aprimorar a gestão de insumos

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o Ministério da Saúde descartou R$ 2 bilhões em vacinas, medicamentos e outros insumos relacionados à Covid-19 entre 2021 e 2023. Do total, R$ 1,6 bilhão correspondem a vacinas, R$ 317,3 milhões a anestésicos, medicamentos e materiais de intubação, e R$ 179,9 milhões a itens de proteção, como máscaras e roupas.
No relatório, a CGU destacou que “é fundamental reconhecer que o contexto de imprevisibilidade, alta incerteza e a rápida evolução da situação pandêmica gerou perdas de insumos que escaparam a um planejamento prévio”. O órgão ressaltou ainda a necessidade de aprimorar a gestão de insumos em emergências de saúde pública.
Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou que perdas são esperadas nos programas de imunização, sejam físicas ou técnicas, e que “tudo relacionado à Covid-19 deve ser analisado em contexto próprio considerando as características socioeconômicas e de alto risco em saúde pública daquele período”. Segundo a pasta, “a perda de vacinas contra a Covid-19 foi um problema global, afetando tanto países de alta quanto de baixa renda”.
No total, considerando também insumos de outras doenças, as perdas somaram R$ 2,3 bilhões entre 2021 e 2023. A CGU apontou ainda uma “perda potencial” de R$ 4,4 bilhões, referente a materiais enviados com validade de apenas 1 a 90 dias. O ministério contestou o termo e sugeriu a substituição por “risco de prejuízo” ou “risco potencial”, argumentando que o valor não representa perdas efetivas.
A CGU, porém, manteve a expressão, afirmando que ela permite uma análise mais ampla das vulnerabilidades na gestão de insumos e que parte dos materiais de fato se perdeu na cadeia logística. O ministério destacou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem adotado medidas para reduzir desperdícios, como redefinição de cotas mensais, capacitação de profissionais e aprimoramento da rede de frio e dos sistemas de informação.
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