
Saúde
Padilha diz que governo vai acionar Justiça contra médicos que divulgam conteúdo antivacina
Ministério da Saúde mira desinformação e venda de tratamentos sem comprovação científica

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Ministério da Saúde prepara quatro medidas contra médicos que divulgam conteúdo considerado antivacina e faturam com cursos, consultas e tratamentos sem comprovação científica. O ministro Alexandre Padilha afirmou ao Estadão que, em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), serão tomadas ações contra a divulgação da chamada “síndrome pós-spike”, que associa falsamente vacinas de mRNA a efeitos prolongados. O governo iniciará representação nos Conselhos Regionais de Medicina, além de ações civil e criminal, e pedirá às plataformas a remoção imediata de conteúdos enganosos.
Segundo o Estadão Verifica, médicos com mais de 1,6 milhão de seguidores afirmam, sem evidências, ter identificado intoxicação causada por vacinas de mRNA e oferecem cursos de até R$ 685 e consultas de até R$ 3,2 mil com base em um protocolo não comprovado. A “spikeopatia” sugerida por eles não é reconhecida pela comunidade científica. A teoria se baseia em um estudo publicado na IDCases e posteriormente retirado por falhas graves. Mesmo assim, seus autores seguem defendendo a hipótese em redes sociais.
Paralelamente às medidas judiciais, Padilha disse que o governo investe R$ 150 milhões na criação de duas plataformas nacionais de pesquisa e produção de vacinas de mRNA, na Fiocruz e no Butantan. Segundo o ministro, a tecnologia é estratégica para garantir resposta rápida em novas emergências sanitárias, permitindo adaptar imunizantes a variantes emergentes com maior agilidade.
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