Série ‘Adolescência’ transforma uma tragédia em um retrato da pressão social e da ignorância parental diante do mundo digital

E se o seu filho fosse acusado de assassinato aos 13 anos? Esse é o ponto de partida de Adolescência, série lançada em 2025 pela Netflix. A trama acompanha Jamie, um garoto quieto e solitário, cuja prisão repentina após a morte de um colega de escola obriga sua família a encarar o impensável.

Cada episódio é filmado em plano-sequência, sem cortes. Essa escolha intensifica a imersão e transforma o espectador em testemunha direta da tensão crescente. O efeito é sufocante, como se estivéssemos presos no tempo, nos silêncios, nos julgamentos não ditos.

Mais do que um drama familiar, é uma crítica contundente ao bullying escolar, aqui tratado de forma sutil, mas devastadora, e ao papel tóxico das redes sociais na vida dos adolescentes. Prints, boatos e julgamentos virtuais se tornam armas silenciosas que moldam a tragédia.

Imersiva, sensível e brutal, a obra revela como a crueldade cotidiana pode gerar feridas irreversíveis. Uma série difícil de assistir, porém, necessária.