Coberta de neve, série ‘O Eternauta” reúne crítica social, ficção científica e a herança de um autor silenciado pela ditadura

Antes de enfrentar o apocalipse em O Eternauta, Ricardo Darín, ícone do cinema argentino (O Segredo dos Seus Olhos, Carancho) dá vida a Juan Salvo, um homem comum diante de uma situação, minimamente, extraordinária: uma nevasca que se torna um pesadelo.

Em uma noite de verão, em Buenos Aires, uma neve tóxica começa a cair repentinamente, matando instantaneamente quem entra em contato com ela. Salvo, um dos poucos sobreviventes, parte em uma busca desesperada por sua filha, ao mesmo tempo em que descobre que essa tempestade é apenas o começo.

Dirigida por Bruno Stagnaro, a série é uma adaptação fiel da icônica história em quadrinhos de 1957, escrita por Héctor Germán Oesterheld. Com uma fotografia impactante de Gastón Girod, O Eternauta consegue misturar suspense, ficção científica e crítica social. Em paralelo, a obra também toca nas feridas deixadas pela ditadura militar argentina (1976–1983) período em que o autor foi sequestrado e desapareceu pelas mãos do regime.

Com apenas seis episódios, essa minissérie intensa e envolvente é pode ser definida como uma verdadeira joia do catálogo da Netflix, perfeita para quem busca uma ficção marcante, cheia de tensão e significado.