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‘Pecadores’: filme com Michael B. Jordan mistura terror sobrenatural e crítica histórica
Mais do que assustar, o longa faz do blues um fio condutor entre trauma e identidade, em uma realidade onde a cultura negra é mercantilizada e apagada
Foto: Divulgação
Com atmosfera sombria e tensão crescente, Pecadores, ainda nos cinemas e em pré-venda na Prime Video, Apple TV e Google Play, entrega muito mais do que um simples suspense sobre o retorno de dois irmãos gêmeos à sua cidade natal. Estrelado por Michael B. Jordan, o filme se revela uma parábola inquietante sobre herança, identidade e controle narrativo.
À primeira vista, trata-se de uma história sobre o sobrenatural, uma presença maligna parece rondar os irmãos desde sua chegada. Mas, aos poucos, a ameaça ganha outras formas: ela fala, veste e consome. São vampiros, sim, mas não os que deixam marcas visíveis. São os que drenam histórias, culturas, memórias. Nesse contexto, o blues surge como resistência, uma trilha que conecta os vivos aos mortos, a dor à dignidade.
Michael B. Jordan oferece uma performance densa e contida, carregando no olhar a dor silenciosa de quem tenta recomeçar em solo marcado por perdas e silêncios. O sangue aqui não escorre: ele pulsa, ancestral, negado, ocultado. O som do blues, presente ao longo da narrativa, ecoa como uma memória que insiste em não morrer.
Pecadores é um thriller com alma. Uma ficção de horror que, por baixo do que se vê, fala sobre disputa histórica, apagamentos e a urgência de contar sua própria versão dos fatos.
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