Na fronteira entre o dever e a rebeldia, ‘Motherland: Fort Salem’ coloca bruxas no centro do poder e questiona as sequelas de servir a todo custo

Em Motherland: Fort Salem, disponível no Prime Video, o mundo é comandado por mulheres e bruxas que não são perseguidas, mas treinadas para servir ao exército dos EUA. A série parte de uma realidade alternativa onde, séculos atrás, foi feito um acordo entre o governo e as bruxas, encerrando os julgamentos de Salem em troca de lealdade e força militar. A partir disso, surge uma nova ordem: mulheres jovens são convocadas a desenvolver seus poderes vocais que funcionam como armas.

A narrativa acompanha três recrutas em fase de treinamento, cada uma com origens, ambições e conflitos próprios. No centro da formação está a doutrina de obediência e sacrifício, mas fora dos muros de Fort Salem, cresce uma ameaça radical: o grupo Spree, composto por bruxas que se recusam a servir ao sistema. Entre a estrutura rígida da instituição militar e a ideologia da rebelião, a série propõe uma tensão constante entre proteção e controle, pertencimento e liberdade.

A produção se destaca por uma estética que mistura uniformes cerimoniais, gestos ritualísticos e efeitos sonoros originais usados nos feitiços. A trilha equilibra elementos místicos e militares, contribuindo para um aspecto singular da série. Mesmo com cenas de ação e poderes sobrenaturais, o foco está nos vínculos criados entre as personagens e nos limites éticos de cada escolha.

Com três temporadas concluídas e já finalizada, Motherland: Fort Salem constrói uma história onde política, identidade e poder caminham lado a lado. Ao questionar o que significa proteger algo a qualquer custo, a série convida o espectador a repensar conceitos de hierarquia, fé e autonomia em um universo onde a magia é parte das regras.