Bahia
Ação na Justiça garante troca para nomes indígenas em registro civil
"A gente tem o direito de ser reconhecido pela nossa origem", afirma Taynã Andrade Tupinambá
Foto: Divulgação/DRT-BA
No mês da luta indígena, Taynã Andrade Tupinambá, 59 anos, e Xawã Tupinambá, 42 anos, vivenciaram um momento histórico. Após dez anos tentando incluir o nome de sua etnia no registro civil, eles finalmente deixaram no passado os nomes Faustiraci Andrade dos Santos e Rômulo Santos Pinheiro, respectivamente.
É comum que os indígenas tenham nomes de batismo diferentes daqueles de registro. E, consequentemente, usem um nome étnico e um nome "europeu", como chama Taynã. "Me causava muita angústia ter que falar primeiro o nome europeu e depois o originário. Causa constrangimento e preconceito", conta ao Metro1.
Segundo ela, o resultado da ação movida pela Defensoria Pública é uma vitória de cidadania étnica para o povo indígena. "A gente tem o direito de ser reconhecido pela nossa origem", afirma ao dizer que os povos originários sempre tiveram seus direitos negados.
Após a conquista, Taynã conta que os parentes — Tupinambás de Olivença e outros locais — já perguntam como realizar a troca. De acordo com ela, vários gostariam de fazer isso, mas pelo processo necessário, não se arriscavam.
O defensor público Leonardo Couto Salles, responsável pela ação, afirma que o órgão pretende realizar um mutirão em Olivença, após a pandemia, para iniciar os processos daqueles que desejarem registrar os nomes oficiais na certidão. De acordo com ele, é uma garantia de que eles possam ter sua origem documentada.
Taynã, por exemplo, agora pode ser reconhecida por quem é: ‘Os Primeiros Raios de Guaraci (sol)’, ou ainda ‘Estrela da Manhã’, em tupinambá.
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