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Montanha de lixo interdita estrada até comunidade quilombola na Chapada Diamantina; veja vídeo

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Montanha de lixo interdita estrada até comunidade quilombola na Chapada Diamantina; veja vídeo

Moradores, que sofrem com o lixão a céu aberto, denunciam o estado de calamidade

Montanha de lixo interdita estrada até comunidade quilombola na Chapada Diamantina; veja vídeo

Foto: Arquivo Pessoal

Por: Geovana Oliveira no dia 13 de dezembro de 2021 às 14:18

No último domingo (12), a estrada que liga a cidade de Palmeiras à comunidade quilombola Corcovado amanheceu interditada por uma enorme quantidade de lixo. Os moradores, que sofrem com o lixão a céu aberto, denunciaram o estado de calamidade. 

Em vídeo gravado por uma das lideranças locais, é possível ver uma das representantes da comunidade desviando dos dejetos para atravessar o caminho em direção à sede da cidade. As imagens mostram ainda uma concentração de urubus na estrada. 

"Por favor, pelo amor de Deus, retire esse lixo daqui, porque seres humanos passam aqui. Crianças, jovens e adultos aqui respirando essa poluição. A gente passa a pé. Por favor retire esse lixão da nossa estrada", diz a quilombola Milena da Silva Damasceno, em mensagem aos gestores de Palmeiras. 

Sem seguir a determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010, o município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, ainda mantém uma concentração de resíduos sólidos a céu aberto. A menos de 50 metros das casas do Conjunto Habitacional, que os moradores chamam de “casinhas populares”, está todo o lixo produzido pela população de Palmeiras, incluindo o distrito do Vale do Capão. 

Os resíduos, no entanto, se espalham pelas estradas e chegam a ficar no meio da passagem para a comunidade quilombola do Corcovado, além das comunidades de Capim e Juliano. O assunto foi tema de reportagem do Jornal da Metropole no último dia 2.  

No início de novembro, o Ministério Público da Bahia assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com os gestores de Palmeiras. O município tem agora um prazo de quatro anos para promover a distribuição final adequada dos resíduos, o que inclui a implementação final do aterro sanitário licenciado.

Mas a população ainda não se anima com a promessa.  "O que os gestores respondem pra gente é que vão tirar [o lixão], mas não dão um prazo", diz Milena ao Metro1.  

Além do lixo na estrada, eles também são afetados pelas queimadas constantes no local, além de doenças que a manutenção do lixão possibilita. "Da minha casa para o lixo é cerca de 50 metros, e tem casas mais perto que a minha ainda. Muitas crianças já passaram mal, já foram parar na emergência por causa dos lixos”, contou Fabiana Cardoso Oliveira, de 36 anos, ao JM.