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Comunidades quilombolas de Cachoeira têm território reconhecido em relatório do Incra

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Comunidades quilombolas de Cachoeira têm território reconhecido em relatório do Incra

Publicação no Diário Oficial abrange 1.266 hectares e beneficia 329 famílias de Calolé, Tombo e Imbiara

Comunidades quilombolas de Cachoeira têm território reconhecido em relatório do Incra

Foto: Divulgação

Por: Metro1 no dia 03 de setembro de 2025 às 15:29

O território quilombola de Calolé, Tombo e Imbiara, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, teve seu Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (3). O documento foi entregue às comunidades durante cerimônia no auditório do Incra, em Salvador.

A área delimitada soma 1.266,8 hectares, envolvendo 16 imóveis rurais e posses. No total, 329 famílias remanescentes de quilombo estão cadastradas no local.

Segundo o superintendente regional do Incra na Bahia, Carlos Borges, a expectativa é concluir novos relatórios até o fim da gestão. “As terras onde viveram e trabalharam os ancestrais dessas famílias, ao final do processo, estarão oficialmente reconhecidas como pertencentes à comunidade de seus descendentes”, afirmou.

O estudo antropológico que embasou o relatório foi doado ao Incra em 2018 pela Universidade Federal da Bahia, dentro do projeto Observa Bahia.

Cachoeira já acumula quatro RTIDs publicados, que abrangem 18 comunidades e 11 processos administrativos. De acordo com Flávio Assiz, chefe da Divisão de Territórios Quilombolas, a origem de Calolé, Tombo e Imbiara está ligada ao período das usinas de cana-de-açúcar, quando as famílias quilombolas permaneceram nas bordas das fazendas e em áreas de mangue.

Hoje, a produção local envolve mandioca, quiabo, laranja e manga, além da coleta de jenipapo e da mariscagem. Parte das famílias ainda depende do arrendamento de terras de fazendeiros.

Para os moradores, a publicação do RTID representa um avanço, mas a expectativa é pela titulação definitiva. “Agora temos mais segurança de que, mais adiante, vamos conquistar a titulação do território”, disse Lorival Ferreira dos Santos, liderança da comunidade Calolé.