Bahia descarta novo caso suspeito de intoxicação por metanol no Recôncavo; família contesta versão oficial

Um caso de suspeita de intoxicação por metanol foi descartado em Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano. A informação foi confirmada ao Metro1 pela Prefeitura da cidade, com base em avaliação do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), órgão vinculado à Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab). A família, no entanto, contesta o posicionamento e afirma não ter sido comunicada oficialmente sobre o resultado.

O paciente, um homem de 30 anos, morador de Governador Mangabeira, está internado desde o sábado (8) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz das Almas, onde permanece na sala vermelha desde o domingo (9). Familiares informaram que ele já havia buscado atendimento antes, mas o quadro se agravou. Ainda de acordo com os familiares, o exame que deve confirmar ou descartar a presença de metanol foi realizado na manhã desta terça-feira (11), mas o resultado deve levar entre 15 e 30 dias para ser divulgado. Procurada pela reportagem, a Sesab afirmou que o boletim será atualizado no final do dia.

O que diz o relatório médico

De acordo com relatório médico ao qual o Metro1 teve acesso, a vítima chegou à unidade com dores abdominais, vômitos com sangue e manchas vermelhas pelo corpo. O documento também indica que ele consome bebida alcoólica, é tabagista e apresenta desidratação, confusão mental e tremores. O quadro clínico inclui suspeitas de insuficiência renal, infecção, hepatite alcoólica e possível intoxicação por metanol.

Ainda segundo o relatório, o paciente está em uso de antibióticos de amplo espectro e segue monitorado, sem necessidade de respirador ou drogas vasoativas. A equipe médica da UPA solicitou uma vaga zero para transferência, já que a unidade não possui recursos.

Em todo o país, 59 casos de intoxicação por metanol foram registrados neste ano, com 15 mortes confirmadas e 682 notificações descartadas, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). Até o momento, nenhum caso foi confirmado na Bahia. Nos anos 1990, no entanto, mais de 60 pessoas morreram intoxicadas pelo mesmo tipo de contaminação, muitas com sequelas graves, como cegueira e surdez.