Trabalhadores são mantidos em regime de escravidão em Vitória da Conquista

Cinco trabalhadores rurais eram mantidos em condições análogas à escravidão em uma fazenda da zona rural do município de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. Os homens foram resgatados na última segunda-feira (30), por uma força tarefa comandanda pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE/SJDHDS) e Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).

O dono da fazenda foi preso em flagrante e liberado pela polícia após pagamento de fiança no valor de R$ 8.800, na última terça-feira (31). De acordo com a polícia, ele chegou a ser levado para o Presídio Nilton Gonçalves, em Vitória da Conquista.

Segundo informações da PRF, durante as inspeções realizadas no local, foi verificado que os empregados dormiam dentro de um curral, ao lado de cavalos, em camas improvisadas, sem sanitários, sem condições mínimas de higiene, e com um fogareiro aceso ao lado dos colchonetes de espuma. Eles também não tinham as carteiras de trabalho assinadas, nem realizaram exames médicos admissionais. Os cinco homens, contratados há dois meses pelo proprietário da fazenda para realizar atividade de roçagem do pasto, trabalhavam sem qualquer tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Ainda de acordo com a PRF, um dos trabalhadores chegou a sofrer um corte no dedo e mesmo assim foi obrigado a trabalhar. Além disso, a carne que consumiam era conservada em sal e ficava pendurada em um varal, dentro do curral.

A PRF destacou ainda que as carteiras de trabalho dos empregados resgatados foram expedidas na última terça-feira (31), e será feita a liberação das guias de seguro-desemprego dos cinco. Eles recebiam o pagamento de R$ 40 por dia trabalhado.

Além de ter solicitado a assinatura da carteira de trabalho dos cinco homens, o MPT exigiu o pagamento das rescisões devidas, cujos valores giram em torno de R$ 20 mil.