Bahia
Recordista de reclamações, Embasa maltrata baianos com série de problemas
Tem sido cada vez mais difícil não associar as palavras “descaso”, “transtorno” e “problema” à Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em Salvador e cidades da Região Metropolitana. Somente da metade do mês de setembro para cá [Leia mais...]
Foto: Tácio Moreira/Metropress
Tem sido cada vez mais difícil não associar as palavras “descaso”, “transtorno” e “problema” à Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em Salvador e cidades da Região Metropolitana. Somente da metade do mês de setembro para cá, a Metrópole perdeu as contas de quantas reclamações recebeu. Grande parte dos clientes relata falta de água, mas há também quem critique a ausência de respostas e até mesmo — pasmem — água suja chegando às torneiras das casas, como no bairro de São Cristóvão.
A má qualidade do serviço prestado irritou até mesmo o governador Rui Costa (PT), que, em recente entrevista a Mário Kertész, admitiu “puxar a orelha” dos gestores. “A Embasa, como empresa, tem que se planejar. Tem que melhorar. Temos várias obras atrasadas da Embasa”, reclamou. Mas, pelo visto, nem a revolta do governador tem surtido efeito, já que os problemas continuam os mesmos de sempre.
Água até chega, mas é barrenta e suja
Em São Cristóvão, o que assusta é a qualidade. Não há filtro que retire a sujeira da água. Segundo uma moradora que preferiu não se identificar, o problema persiste há dois meses. “Não é todos os dias, mas é constante a gente ter essa água amarronzada na torneira. Não tem justificativa para vir assim constantemente”, contou.
Em Cajazeiras, o leitor Roque reclamou do descaso da empresa em relação a um vazamento de esgoto. “Colocaram uma placa cobrindo o buraco. Ninguém tava aguentando. Eles vinham, desentupiam, entupia de novo. Ficou 100% depois que a gente denunciou”, relatou.
“Eu já Cansei de ligar”
Já na Rua 5 de Novembro, no bairro do Rio Sena, os moradores enfrentaram três dias com torneiras secas, já que o fornecimento de água foi interrompido pela Embasa. “Cansei de ligar. Eles não resolvem e não têm previsão para voltar. Estamos sem água até para beber”, relatou Bárbara Silva.
A situação é semelhante à da Rua Caixa d’Água, em Alto de Coutos, onde a seca durou quatro dias. “Tava bem fraquinha [a água]. Um dia chega, o outro não chega. Temos que ter reservatório mesmo, senão, ficamos sem”, contou Reinaldo Araújo.
Embasa minimiza problemas
Pode parecer piada, mas, quando finalmente respondeu à Metrópole, a Embasa minimizou as denúncias de consumidores. Sobre a água barrenta de São Cristovão, a empresa afirmou não ter encontrado problemas na Rua São João, citada pela moradora que pediu anonimato. “Uma inspeção foi realizada no dia 2 de outubro. Técnicos visitaram três residências e não constataram alterações na qualidade da água”, declarou, em nota, recomendando que os denunciantes “liguem para o 0800 555 195 e informem endereço e número de matrícula da conta de água”. Já sobre o caso do Rio Sena, a empresa atribuiu a seca a vazamentos na rede. “Foram corrigidos e o fornecimento, regularizado”. A Embasa não explicou o motivo da interrupção no fornecimento em Alto de Coutos até o fechamento desta edição.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.