
Bahia
'Não tem como presumir se o óleo ainda vai chegar', diz superintendente do Ibama na Bahia
Em entrevista à Rádio Metrópole, Rodrigo Alves afirmou que "ineditismo" da situação dificulta medidas adequadas

Foto: Tácio Moreira / Metropress
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Bahia, Rodrigo Alves, afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (4), que as maiores dificuldades no combate às manchas de óleo que surgiram no litoral do Nordeste se devem ao "ineditismo" da situação.
"A grande dificuldade é que a gente não tem conhecimento, na literatura, de um vazamento de fonte desconhecida que tenha atingido uma faixa tão larga do litoral. Se o criminoso tivesse dito 'vazou o óleo aqui, me socorram', as autoridades teriam ido para tentar conter esse óleo ainda nos oceanos. A gente não sabe sequer a quantidade de óleo que tem no oceano. Esse óleo se movimenta abaixo da superfície da água, então não existe como a gente calcular a deriva para presumir qual seria o próximo ponto afetado. Não tem como presumir com segurança se o óleo ainda vai chegar", disse.
Sobre os relatos de reações alérgicas atribuídas ao contato com a água do mar após os vazamentos, Alves disse que ainda não é possível confirmar essa informação e que alguns casos podem ter sido desencadeados por "queimaduras de caravela". O superintendente avalia que as possibilidades de contaminação são raras.
"O petróleo cru é um composto de diversas outras substâncias, e um percentual muito pequeno delas é solúvel em água. Então, há essa discussão sobre o risco ou não de contaminação. A consultoria internacional que nos acompanha desde o início tem sempre ressaltado que a possibilidade disso contaminar uma praia, pelo volume de água, pelo trabalho de marés, é mínima. De toda forma, o órgão estadual, que é o Inema, está fazendo testes de balneabilidade, para determinar se as pessoas podem usar as praias ou não. (...) Até o momento, a orientação é: se há óleo visível, evite usar a praia. Não havendo óleo visível, a praia estaria liberada", declarou.
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