Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Segunda-feira, 22 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Bahia

/

Promotora que instituiu cardápio vegano em escolas diz que alunos devem comer carne 'com próprio dinheiro'

Bahia

Promotora que instituiu cardápio vegano em escolas diz que alunos devem comer carne 'com próprio dinheiro'

Medida atinge estudantes das cidades Serrinha, Teofilândia, Biritinga e Barrocas, no sertão baiano

Promotora que instituiu cardápio vegano em escolas diz que alunos devem comer carne 'com próprio dinheiro'

Foto: Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil

Por: Juliana Almirante no dia 14 de novembro de 2019 às 09:07

A promotora Leticia Baird, criadora do programa do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) que instituiu cardápio vegano em quatro cidades do sertão da Bahia, afirmou, em entrevista à Gazeta do Povo, que os estudantes devem comer carne com os próprios recursos.

Em breve, o órgão pretende retirar da alimentação escolar 100% de qualquer fonte de proteína animal de 154 unidades escolares de Serrinha, Teofilândia, Biritinga e Barrocas. Hoje, o porcentual do cardápio vegano é 40%. 

Ela foi questionada pela reportagem sobre a possibilidade de existirem alunos que ainda querem se alimentar com carne. 

"Que comam em casa com o seu dinheiro, porque aqui a gente está falando de recurso público", respondeu a promotora. 

A justificativa, segundo ela,  não seria o veganismo, mas sim fazer o o máximo com o mínimo com os recursos públicos.

"Dinheiro público, recurso público não pode ser visto de acordo com as minhas preferências, meu gosto. Não, dinheiro público é escasso, não tem dinheiro para todas as coisas, então tem que fazer o máximo com o mínimo", declarou. 

A diretriz do MP baiano foi estabelecida em 2018, após os municípios serem alertados e convidados a assinarem um termo de ajustamento de conduta. 

Na época da implementação do programa, entidades e organizações de saúde se posicionaram contra a medida. O Conselho Regional de Nutricionistas da Bahia classificou a iniciativa como "arriscada e não compatível com a realidade regional". A Sociedade Brasileira de Pediatria também emitiu nota em que considerou preocupante a retirada de um grupo alimentar tão importante como a proteína de fonte animal.