Brasil
CGU diz que gastos do Painel de Compras não refletem 'realidade'
Informação vem quatro dias depois da repercussão nacional das despesas do Executivo federal
Foto: Reprodução / Twitter
O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, disse ontem (28) que os números apresentados pelo Painel de Compras, ferramenta de transparência do Ministério da Economia, não refletem a realidade do volume de compras de cada produto ou serviço.
A declaração foi dada no programa Opinião no Ar, da RedeTV, quatro dias após uma matéria do portal Metrópoles com esses números ganhar repercussão nacional.
"A repórter [do Metrópoles] buscou os valores pagos em todos os itens. Se eu tinha R$ 100 [sic] de leite condensado, R$ 1 mil de arroz e R$ 1 mil de feijão, daria R$ 2,2 mil. Ela buscava, vinha R$ 2,2 mil de feijão, R$ 2,2 mil de leite condensado e R$ 2,2 mil de arroz. Os itens não estão especificados", disse.
No exemplo dado pelo ministro, o valor do leite condensado teria de ser de R$ 200 para que, com os R$ 1 mil de arroz e outros R$ 1 mil de feijão, o total desse R$ 2,2 mil. Até quarta (27) à noite, essa informação não constava no Portal de Compras. Quem adicionava filtros para, por exemplo "ano pago 2020", "Executivo" e "leite condensado", encontrava um número abaixo do "valor empenhado" (no caso, R$ 30.834.742,75) e outro abaixo do "valor pago" (R$ 20.202.484,42).
Agora, o Portal mostra um asterisco, dizendo: "O valor apresentado refere-se ao somatório do valor total pago dos contratos que contém o item selecionado".
A CGU ainda afirma que nem o governo sabe, na verdade, quanto é gasto com cada item. "Hoje não conseguimos fazer quanto pagamos, só quanto empenhamos. Pelo cruzamento que fizemos, ainda não está fechado, em vez de R$ 15 milhões, estamos perto de R$ 2,540 milhões que foram empenhados. Esse valor pode cair em termos de pagamento. Mas para se ter certeza teria que contar nota fiscal por nota fiscal, o que se torna quase impossível", disse o ministro.
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