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Ambientalista não prevê melhoria com troca, mas comemora saída de Salles: "Foi o pior ministro"

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Ambientalista não prevê melhoria com troca, mas comemora saída de Salles: "Foi o pior ministro"

Renato Cunha, coordenador do Gambá criticou também a gestão ambiental na Bahia

Ambientalista não prevê melhoria com troca, mas comemora saída de Salles: "Foi o pior ministro"

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Por: Adele Robichez no dia 24 de junho de 2021 às 12:58

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão na tarde desta quarta-feira (23). Segundo o coordenador do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Renato Cunha, ele foi o “pior ministro desde que o Ministério do Meio Ambiente existe”. Ele acredita, porém, que a sua saída não terá mudanças significativas enquanto o governo federal continuar sendo comandado pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

“Salles é um antiministro do Meio Ambiente. Desde que ele entrou, ele vem desmontando o sistema do meio ambiente do país. Ele foi o pior ministro desde que o Ministério do Meio Ambiente existe”, avalia Cunha. A pasta foi criada em 1992, no governo Itamar Franco.

O coordenador do Gambá lembra uma das falas de Salles durante a sua gestão e indica indica que todas as instâncias relacionadas ao meio ambiente foram sucateadas. “Desde o dia que ele falou, em um reunião com os ministros, para aproveitar a pandemia para fazer uma desregulamentação da questão ambiental, isso vem acontecendo”, afirma. 

O especialista citou o desmonte de diversos órgãos de controle e preservação afundados com as ações do ministro, como o Ibama, o Fundo Amazônia, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Instituto Chico Mendes (ICMBio). E associa as destruições ao comando do governo federal. “Ele [Ricardo Salles] é um operador das intenções do governo federal, do presidente”, diz.

Em vista disso, Cunha avalia que a troca não acarretará em mudanças no Meio Ambiente.  O servidor Joaquim Álvaro Pereira Leite, que atua no ministério desde julho de 2019 e estava na Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais e na Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável desde abril de 2020, assume o posto de chefe da pasta.

“Não há nenhuma expectativa de uma melhor gestão, por enquanto. Ele [Joaquim Álvaro] já era do governo e operava junto com Salles. Ele é da bancada ruralista, do agronegócio. Além disso, o governo permanece o mesmo”, aponta.

O coordenador do Gambá criticou também a gestão ambiental na Bahia. “Isso não se resume ao governo federal. A gestão ambiental na Bahia, no Inema, não está nada boa também. Não tem diálogo com a população”.