Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Brasil

/

“A escravidão não ficou acabada e congelada no passado”, diz jornalista Laurentino Gomes

Brasil

“A escravidão não ficou acabada e congelada no passado”, diz jornalista Laurentino Gomes

Escritor lança terceiro volume da obra ‘Escravidão’

“A escravidão não ficou acabada e congelada no passado”, diz jornalista Laurentino Gomes

Foto: Fernanda Vilas Boas/Metropress

Por: Gabriel Amorim no dia 08 de agosto de 2022 às 08:36

O jornalista e escritor Laurentino Gomes conversou nesta segunda-feira (8) com Mário Kertész, dentro do Jornal da Bahia no Ar, para falar sobre o lançamento do seu novo livro, o terceiro volume da obra ‘Escravidão”. Para o especialista, a escravidão é ainda um assunto inacabado. “É uma ferida que está aberta na sociedade brasileira. e quando você mexe dói. È um assunto complicado, politicamente sensível A escravidão não ficou acabada e congelada no passado quando veio a Lei Áurea, ela ainda é uma realidade presente no nosso Brasil de hoje, de diferentes maneiras”, afirma o autor. 

Lançando a terceira especificamente sobre o tema, Gomes, defende a importância de investigar a fundo o assunto. “Escrever sobre esse assunto é uma forma de colaborar com a história do Brasil. São dívidas, passivos históricos que o Brasil não enfrentou e agora, na democracia, esse assunto voltou a ganhar uma importância. É estudante, olhando o passado que temos condições de construir um Brasil melhor”, acredita. 

Segundo os estudos feitos pelo escritor. o Brasil recebeu 40% de todos os africanos que enfrearam nas Américas através do tráfico de escravos. Em 350 anos, 5 milhões de pessoas foram traficadas. “Nós nunca vamos conseguir nos entender sem olhar pra nossa África. O Brasil fingiu que resolveu esse problema, porque o país fingiu que resolveu o problema da escravidão. Abandonou a população afrodescendente à própria sorte. Não deu casa, educação, não deu oportunidades para que as pessoas se realizassem plenamente nas suas vocações e talentos, esse preço nós pagamos hoje”, diz.

O novo livro - que completa a trilogia sobre a escravidão - fala especificamente sobre o período do movimento abolicionista e o fantasma da escravidão. Antes. duas outras obras falaram sobre períodos anteriores, como o inicio do período escravocrata  e o século XVIII com o boom do tráfico de escravos.