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"Não se contente": confira artigo de Diego Lisboa

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"Não se contente": confira artigo de Diego Lisboa

Terminou ontem mais uma edição do evento Rio Content Market que reúne na cidade do Rio de Janeiro um número significativo de empresas e profissionais do audiovisual brasileiro. [Leia mais...]

"Não se contente": confira artigo de Diego Lisboa

Foto: Diego Lisboa/Metropress

Por: Diego Lisboa no dia 12 de março de 2016 às 11:03

Terminou ontem mais uma edição do evento Rio Content Market que reúne na cidade do Rio de Janeiro um número significativo de empresas e profissionais do audiovisual brasileiro. Em um hotel encontramos um universo fisicamente limitado, mas bem mais amplo em possibilidades e negócios. São muitos estandes de tv's nacionais e internacionais, além de fornecedores de equipamentos recebendo a visita de produtores independentes e demais aventureiros em busca de um lugar ao sol. Em suma dentro daquele espaço basicamente existem dois focos: vender e comprar. Desta forma a pretensão é unir o útil ao agradável e tudo ficar tranquilo e favorável para os produtores e os exibidores, contudo existe um outro mundo de informação trazido pelas inúmeras palestras ministradas durante o evento que trazem um vasto repertório das etapas do processo audiovisual e mistura a visão de profissionais mais rodados com o entendimento dos mais verdes.
 
Claro que é fisicamente impossível assistir a todas as palestras e visitar todos os estandes, mas o maior desafio é dar atenção aos encontros pelas infinitas voltas que acabamos dando pelos corredores. Os corredores por ventura são uma atração a parte, por ali muitos perambulam sem destino, sonhando com um possível grande encontro que venha dar sentido a existência de seus projetos, muitos também no melhor estilo Walking Dead rastejam sem um destino traçado em meio a um mar de opções e vão se alimentando de uma conversa aqui e outra ali. Em poucos encontros pude perceber que de conhecedor do mercado e louco, todo mundo por ali tem um pouco. Não era difícil ouvir uma elaborada saída para a crise e belos discursos sobre o panorama atual e seus desdobramentos futuros. Tudo muito válido e proveitosos. Não é possível saber o número de contratos fechados, de filmes licenciados e cartões trocados mas uma coisa que pude perceber com bastante clareza, é que uma parte do audiovisual brasileiro está bastante organizada e pronta para fechar bons negócios e claro quem se organiza e leva um bom material de seu projeto tem mais chance dos que os forasteiro.
 
Mas, e ai? Qual a moral dessa história? O que tanto se discutia naquele hotel do Rio de Janeiro? Bom, certamente uma infinidades de coisas e muitas delas além do alcance do meu ouvido, mas é impossível sair daquele evento sem algum entendimento particular. Para mim ficou claro que estamos num momento de transição acelerada, as novas possibilidades começam a minar as velhas, aquela conversa que a tanto tempo escutamos sobre a revolução do conteúdo parece estar de fato ocorrendo. O que não quer dizer que ainda seja fácil torná-la rentável, mas o mercado de séries brasileiras está pegando fogo e as tv's estão atentas a isto. As possibilidades na rede começam a virar referência de sucesso e abrir novos afluentes, youtubers ganham protagonismo, a Netflix rouba a cena e as grandes corporações se sacodem ou para se renovar ou para atrapalhar o novo fluxo de água. Por fim, achei muito válido transitar entre criadores e criaturas, entre impressões e impressionados e ver que essa força criativa e comercial é rápida como o vento e se molda como a água. Sendo assim, não se contente com o que sabe, nem com o que se acostumou a ver pois no próximo click a comédia pode virar drama e o documentário uma grande ficção. Não se contente.