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Em 9 comunidades Yanomami, 94% dos indígenas têm alto nível de contaminação por mercúrio, revela estudo

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Em 9 comunidades Yanomami, 94% dos indígenas têm alto nível de contaminação por mercúrio, revela estudo

Indígenas com níveis mais elevados de mercúrio apresentaram déficits cognitivos e danos em nervos nas extremidades, como mãos, braços, pés e pernas, com mais frequência

Em 9 comunidades Yanomami, 94% dos indígenas têm alto nível de contaminação por mercúrio, revela estudo

Foto: Fiocruz/Divulgação

Por: Metro1 no dia 04 de abril de 2024 às 09:20

Indígenas de nove comunidades da Terra Yanomami possuem alto nível de contaminação por mercúrio. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Socioambiental. 

O estudo aponta que 94% dos indígenas que participaram da pesquisa estão contaminados pelo metal pesado. As comunidades que participaram ficam às margens do Rio Mucajaí, um dos mais impactos pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami.

Para a realização da coleta dos dados foram usadas amostras de cabelo de 287 indígenas do subgrupo Ninam, do povo Yanomami em outubro de 2022 nas comunidades Caju, Castanha, Ilha, Ilihimakok, Lasasi, Milikowaxi, Porapi, Pewaú e Uxiú, todas na região do Alto Rio Mucajaí. A escolha das aldeias atendeu um pedido da Texoli Associação Indígena Ninam.

Das 287 amostras de cabelo examinadas, 84% registraram níveis de contaminação por mercúrio acima de 2,0 μg/g (micrograma). Outros 10,8% ficaram acima de 6,0 μg/g. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis de mercúrio no cabelo não devem ultrapassar 1 micrograma por grama. Indígenas com níveis mais elevados de mercúrio apresentaram déficits cognitivos e danos em nervos nas extremidades, como mãos, braços, pés e pernas, com mais frequência.

O território Yanomami fica localizado no Amazonas e em Roraima e abriga 31 mil indígenas, que vivem em 370 comunidades, sendo o maior território indígena do Brasil e enfrenta uma crise sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa.

A localidade é alvo do garimpo ilegal há décadas, mas a invasão se intensificou nos últimos anos. Em janeiro do ano passado, o governo federal começou a criar ações para enfrentar a crise, com o envio de profissionais de saúde, cestas básicas e materiais para auxiliar os Yanomami.