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Áudio expõe falha não registrada antes de tragédia aérea que matou 62; funcionário admite “remorso”

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Áudio expõe falha não registrada antes de tragédia aérea que matou 62; funcionário admite “remorso”

Investigação aponta que problemas no sistema de degelo resultaram na perda de sustentação

Áudio expõe falha não registrada antes de tragédia aérea que matou 62; funcionário admite “remorso”

Foto: Secretaria de Segurança de São Paulo/Divulgação

Por: Metro1 no dia 04 de agosto de 2025 às 12:55

A tragédia envolvendo o voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) em agosto de 2024 e deixou 62 mortos, segue cercada de questionamentos. Investigações apontam que a causa pode ter sido uma falha não corrigida no sistema de degelo do ATR 72-500, que voava de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), de acordo com uma gravação obtida um mês após o acidente.

No aúdio resgatado, dois funcionários da manutenção conversaram sobre o erro e pela não formalização do resgistro de uma falha. Um deles lamenta: “Errei, errei de não ter mandado por escrito”, tomado por um “remorso desgraçado”. O outro reage: “printa, manda pro teu celular, guarda isso daí”, classificando a omissão como “sujeira”.

Falhas já haviam sido relatadas verbalmente por tripulantes, mas nunca formalizadas. Um mecânico revelou que a pressão para manter os aviões em operação impedia registros. “Não podia ficar colocando sempre pane na aeronave”, disse. A queda ocorreu após tentativa frustrada de desvio para Ribeirão Preto (SP).

Mesmo com denúncias internas e histórico de problemas, a Voepass manteve suas atividades até junho de 2025. O avião, conhecido como “Papa Bravo”, era apontado por comandantes como problemático. A Latam, que vendia os voos com identificação discreta da parceira, encerrou o acordo após o acidente.