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COP30: hotéis de Belém desafiam governo e mantém silêncio sobre preços exagerados de diárias

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COP30: hotéis de Belém desafiam governo e mantém silêncio sobre preços exagerados de diárias

Justificativas repetidas e falta de respostas preocupam autoridades

COP30: hotéis de Belém desafiam governo e mantém silêncio sobre preços exagerados de diárias

Foto: Raphael Luz / Agência Pará

Por: Metro1 no dia 05 de agosto de 2025 às 13:27

Os hotéis de Belém se recusam há dois meses a fornecer informações solicitadas pelo Ministério da Justiça sobre os altos valores cobrados para hospedagem durante a COP30,  a conferência sobre clima da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para novembro. Pelo menos dez estabelecimentos ignoraram, parcial ou totalmente, os questionamentos da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que apura possíveis irregularidades nas tarifas. Algumas redes enviaram respostas idênticas, sem apresentar dados concretos, alegando sigilo contratual e proteção legal. As informações foram obtidas pela Folha de São Paulo através de documentos.

Em destaque, o hotel Tivoli, que recebeu R$ 20 milhões em crédito público para sua construção, justificou uma diária de R$ 15 mil citando a baixa capacidade hoteleira da cidade. Em resposta à Senacon, afirmou que os valores ainda estão em avaliação e que a divulgação das negociações pode ferir princípios jurídicos. A suíte presidencial, segundo documento, chega a R$ 206 mil. O empreendimento ocupa o antigo prédio da Receita Federal, cedido pelo governo estadual.

Outros hotéis, como Bristol e Ibis, também não informaram as tarifas, repetindo justificativas e enviando documentos quase idênticos. Alegaram que os preços seguem a lógica da oferta e da demanda e que os dados solicitados são estratégicos e protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados. Nenhuma das redes respondeu diretamente à imprensa.

A crise dos preços gerou pressão internacional, com países pedindo que parte da conferência seja transferida. Apesar disso, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que não há plano alternativo. Segundo ele, os preços abusivos são os principais responsáveis pelo impasse e os hotéis ainda não perceberam a gravidade da situação.