
Brasil
Centenas de empresas são condenadas por coagir funcionários a votar em Bolsonaro
Decisões judiciais revelam práticas que remetem ao voto de cabresto

Foto: Antonio Augusto/STF
Empresas em diferentes estados foram condenadas por assédio eleitoral nas eleições de 2022, quando recorreram a ameaças de demissão, promessas de vantagens e até distribuição de alimentos para fazer com que os funcionários votassem em Jair Bolsonaro. Mais de 3 mil denúncias de assédio eleitoral foram registradas pelo Ministério Público do Trabalho no período, o que levou à centenas de ações e condenações de empresas. As informações são da Folha de S. Paulo.
As decisões da Justiça apontam que companhias espalharam adesivos em ambientes de trabalho, organizaram palestras políticas e até prometeram benefícios em troca de apoio eleitoral. Houve também casos de intimidação, como advertências de que a vitória de Lula traria prejuízos e demissões.
Em outras situações, empregadores associaram a disputa à “guerra espiritual”, dificultaram a ida às urnas com escalas atípicas ou utilizaram vídeos e mensagens para pressionar diretamente empregados a votar em Bolsonaro. Em todos os casos, a Justiça reconheceu a prática de coação.
O Ministério Público do Trabalho firmou 560 termos de ajuste de conduta e ajuizou mais de 100 ações. Para especialistas, práticas como essas atualizam o coronelismo e colocam em risco não apenas a liberdade individual do voto, mas a integridade de todo o processo democrático.
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