
Brasil
Lewandowski diz que não foi comunicado sobre operação que deixou mais de 60 mortos no Rio
Ministro da Justiça afirmou que a ação é de responsabilidade exclusiva do governo estadual e classificou a operação como “bastante cruenta”

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que não recebeu nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre a operação policial que deixou ao menos 64 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense.
“Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro para essa operação”, disse Lewandowski.
Segundo o ministro, a responsabilidade pela segurança pública é exclusiva dos governadores. Ele explicou que o governo federal busca ampliar a coordenação entre forças estaduais e federais por meio da PEC da Segurança, proposta enviada ao Congresso.
“Nós propusemos ao Congresso Nacional uma PEC da Segurança que visa uma coordenação das forças federais, estaduais e municipais para o compartilhamento de inteligência, ações coordenadas e planejadas antecipadamente. O crime organizado hoje é uma patologia extremamente preocupante, não é um fenômeno só local, é nacional e até global”, afirmou.
Lewandowski classificou a operação como “bastante cruenta” e lamentou as mortes de policiais e civis.
“Lamentavelmente, morreram agentes de segurança e, pior ainda, pessoas comuns, inocentes. É de se lamentar isso. Eu queria enfatizar que o combate à criminalidade se faz com planejamento, inteligência e coordenação. Não posso julgar porque não estou sentado na cadeira do governador, mas quero apresentar a minha solidariedade à família dos policiais mortos e a solidariedade à família dos inocentes.”
O ministro também comentou sobre a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), ressaltando que ela só pode ser usada em situações excepcionais, quando há reconhecimento formal da incapacidade dos órgãos estaduais.
Além da PEC, Lewandowski destacou que está em análise na Casa Civil o projeto de lei Antifacção, que pretende reforçar o combate às organizações criminosas, com foco em medidas de descapitalização dessas estruturas.
A operação no Alemão e na Penha, considerada a mais letal da história do Rio, tem como objetivo combater a expansão do Comando Vermelho e prender lideranças da facção que atuam em diferentes estados.
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