
Brasil
PF deflagra oitava fase da Overclean contra fraudes e desvio de recursos públicos
Ação cumpre mandados em quatro estados e mira organização suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitações

Foto: PF/Divulgação
A Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal, deflagrou nesta sexta-feira (31) a oitava fase da Operação Overclean, que tem como alvo uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Palmas e Gurupi (TO).
Segundo a PF, esta etapa também prevê o sequestro de valores obtidos de forma ilícita pelos investigados, que poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
Histórico da operação
Deflagrada pela primeira vez em 10 de dezembro de 2024, a Operação Overclean investiga o direcionamento de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a prefeituras baianas.
Na época, a PF apontou que o esquema contava com o apoio de policiais, que repassavam informações sigilosas à organização criminosa, inclusive sobre diligências federais. A investigação também contou com a colaboração da agência norte-americana Homeland Security Investigations, para rastrear o desvio de cerca de R$ 1,4 bilhão.
O esquema teria atingido diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA), além de outros órgãos públicos. Por ordem judicial, oito servidores foram afastados de suas funções.
Desdobramentos
Em junho de 2025, durante a quarta fase da operação, foram afastados dois prefeitos baianos suspeitos de desvio de emendas parlamentares: Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira (Ibipitanga) e Alan Machado (Boquira).
Na quinta fase, em julho de 2025, os investigadores apuraram manipulação de licitações e desvio de recursos destinados ao município de Campo Formoso (BA). O STF determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões de contas de pessoas físicas e jurídicas investigadas após indícios de tentativa de obstrução das apurações.
Já a sétima fase, deflagrada em 16 de outubro, levou ao afastamento de um agente público suspeito de envolvimento no esquema e ao cumprimento de mandados em Riacho de Santana e Wenceslau Guimarães (BA), além de Arraial do Cabo (RJ).
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