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ONU pede investigação independente sobre operação no Rio de Janeiro

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ONU pede investigação independente sobre operação no Rio de Janeiro

Organização alerta para padrão de violência racializada nas periferias cariocas

ONU pede investigação independente sobre operação no Rio de Janeiro

Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 31 de outubro de 2025 às 16:55

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), sediado em Genebra, manifestou nesta sexta-feira (31) “profunda preocupação” com a operação policial realizada nas comunidades do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação, batizada de “Operação Contenção”, é considerada a mais letal da história do país, com ao menos 120 mortos, incluindo quatro policiais.

Em nota oficial, o órgão pede que as autoridades brasileiras conduzam uma investigação rápida, autônoma e imparcial, com o objetivo de garantir a responsabilização pelos crimes, interromper práticas de violência institucional e proteger testemunhas, familiares das vítimas e defensores de direitos humanos.

“Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”, afirmam os especialistas. “É responsabilidade das autoridades preservar o local para posterior exame forense.”

A ONU destaca que a operação, realizada em 28 de outubro, afetou áreas majoritariamente ocupadas por pessoas negras e de baixa renda, o que reforça um padrão de policiamento racializado nas periferias urbanas brasileiras. O comunicado cita denúncias recebidas por relatores da organização, que incluem corpos com marcas de execução, mãos amarradas e tiros na nuca, além de invasões de residências sem mandado judicial, detenções arbitrárias e o uso de helicópteros e drones em disparos.

“A escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para as comunidades pobres afrodescendentes que vivem em áreas periféricas urbanas expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado”, diz a nota.