
Brasil
Esudo do Ipea calcula dívida climática de países ricos por poluição histórica
Estados Unidos, Japão, Canadá, Austrália e países da União Europeia estão entre os maiores devedores

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calculou quanto os países ricos deveriam ao planeta por terem poluído além do permitido ao longo das últimas décadas. A pesquisa avalia que o impacto das emissões históricas de gases de efeito estufa recai principalmente sobre países em desenvolvimento, como o Brasil, que preservam grande parte de seus recursos naturais, mas ainda enfrentam problemas sociais e ambientais agravados pelas mudanças climáticas.
O trabalho usa o “custo social do carbono”, estimado em US$ 417 por tonelada de CO₂, para medir os prejuízos gerados pelo excesso de emissões. Com base no orçamento global de carbono desde 1990, o Ipea conclui que nações desenvolvidas acumularam cerca de US$ 90,4 trilhões em dívida climática. Estados Unidos, Japão, Canadá, Austrália e países da União Europeia estão entre os maiores devedores. A China, apesar de ser a maior emissora atual, não aparece como devedora porque suas emissões per capita ficaram abaixo da sua cota histórica.
O Brasil também excedeu seu limite, principalmente devido ao desmatamento, acumulando uma dívida estimada em US$ 8,7 trilhões. Porém, o estudo aponta que o país pode compensar esse saldo com ações de remoção de carbono, como reflorestamento. Ainda assim, o Brasil é visto como beneficiário potencial de recursos internacionais, já que enfrenta eventos climáticos extremos e abriga a maior floresta tropical do mundo.
Segundo o Ipea, parte da dívida global poderia financiar projetos de adaptação, energias renováveis e preservação de biomas em países de baixa e média renda. As propostas internacionais sugerem arrecadar mais de US$ 500 bilhões por ano para projetos climáticos. Mesmo assim, o estudo observa que grandes emissoras não demonstram disposição para assumir essa conta.
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