
Brasil
Crianças protagonizam debates na COP30
MiniCops levam demandas da infância às negociações e pressionam por decisões que priorizem direitos e proteção ambiental

Foto: Fabíola Sinimbú/Agência Brasil
Crianças e jovens marcaram presença nos corredores da COP30, em Belém (PA), nesta segunda-feira (17), em um dia temático dedicado a eles. Com olhares atentos e preocupados, apresentaram suas visões sobre um futuro ameaçado pelas mudanças climáticas.
“Se a gente não conseguir atingir as metas necessárias, o planeta vai se deteriorar e nós, que somos crianças, não vamos conseguir ter um futuro que a gente realmente gostaria, com paz entre as pessoas e a natureza”, disse Sofia de Oliveira, 15 anos, de São Paulo.
Da Tanzânia, a jovem Georgia Magessa, 11 anos, relatou como o calor extremo já afeta a rotina das crianças, dificulta brincadeiras ao ar livre, atrapalha a ida à escola e impacta especialmente as mais vulneráveis. Ela criou uma organização para mobilizar outras crianças em ações como plantio de árvores, limpeza de praias e preservação ambiental.
Na Amazônia, André da Luz, 17 anos, observa mudanças no regime das chuvas e no clima de Belém: “aqui em Belém as nossas chuvas amazônicas mudaram. Dez anos atrás a gente tinha chuvas naquele período do dia em um determinado período do ano. Agora destoou muito que era antes. A gente observa que fica muito mais quente ou muito mais frio e chove muito mais”.
Os três fazem parte das MiniCops, iniciativa criada pela presidência da COP30 e pelo Instituto Alana para garantir participação real de crianças e adolescentes no processo multilateral.
Segundo JP Amaral, do Instituto Alana, o objetivo é trazer as vozes infantis para além das fotos, garantindo representatividade e impacto nas decisões. A campeã da juventude da COP30, Marcele Oliveira, lidera a constituinte que reúne crianças e adolescentes.
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Alana, analisou as menções sobre a infância em todos os compromissos resultantes das COPs e concluiu que até a COP16, apenas duas vezes as crianças haviam sido consideradas para alguma decisão.
“O que a gente espera para essa COP nas negociações é que, de fato, tenha um texto que coloque as crianças como consideração primordial, que até a linguagem, como está na Convenção dos Direitos das Crianças sejam reconhecidas de forma transversal em todas as decisões que saírem. De transição justa, a questão de gênero e dos indicadores de adaptação”, conclui Amaral.
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