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Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

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Senado discute ampliar impeachment para atos de mandatos anteriores

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Senado discute ampliar impeachment para atos de mandatos anteriores

Proposta prevê responsabilização de presidentes reeleitos por crimes de responsabilidade cometidos em governos passados

Senado discute ampliar impeachment para atos de mandatos anteriores

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Por: Metro1 no dia 15 de dezembro de 2025 às 13:52

Senadores analisam uma mudança nos critérios que regem o impeachment de presidentes da República. A proposta, se aprovada, amplia a possibilidade de responsabilização ao permitir que presidentes reeleitos respondam por crimes de responsabilidade cometidos em mandatos anteriores.

A legislação atual não é explícita sobre o tema, mas o entendimento predominante é de que a responsabilização só pode ocorrer por atos do mandato em curso. Esse foi o critério aplicado no impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, quando fatos anteriores ao segundo mandato foram excluídos do processo.

A alteração está prevista no projeto da nova lei do impeachment, que deve ser votado no Senado no próximo ano. O relator, Weverton Rocha (PDT-MA), acolheu em minuta uma sugestão do senador Paulo Paim (PT-RS).

“O presidente da República, em caso de reeleição ou se novamente eleito, poderá ser responsabilizado por atos praticados em mandato anterior que configurem crime de responsabilidade”, diz a emenda.

Na justificativa, Paim argumenta que o fim de um mandato não deve apagar eventuais ilícitos. “Com a vigência do instituto da reeleição, e mesmo na hipótese de nova eleição, não é plausível adotar a tese de que, encerrado o mandato, crimes nele praticados são integralmente 'apagados' da história”, declarou.

Na minuta, Weverton afirma que já houve “grande discussão” sobre o tema e sustenta que “a melhor leitura da Constituição parece ser mesmo no sentido de que a reeleição não exime o reeleito de malfeitos do mandato anterior”.

Em 2015, ao autorizar o prosseguimento do impeachment de Dilma, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, retirou do pedido os fatos do mandato anterior. “Deixei fora os [fatos] do mandato anterior porque entendi não ser cabível. Pois, se não fosse reeleito, como seria punido? Até porque a única penalidade é a perda do cargo”, disse Cunha à Folha. “Agora, se estabelecer claramente na lei que tem uma punição específica, não é de todo equivocado”, completou.

Além disso, o projeto estabelece prazo para que os presidentes da Câmara ou do Senado decidam sobre pedidos de impeachment e altera o quórum necessário para apresentação de recursos, com o objetivo de evitar uso político do instrumento.

A proposta é de autoria do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e define regras gerais para o impeachment de diversas autoridades, incluindo ministros do STF, ministros de Estado, comandantes das Forças Armadas e o presidente da República.