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Lula atribui abertura de 500 mercados externos à força da produção brasileira

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Lula atribui abertura de 500 mercados externos à força da produção brasileira

Entre 2023 e 2025, expansão do agronegócio resultou em US$ 3,4 bilhões em exportações e potencial anual de até US$ 37,5 bilhões

Lula atribui abertura de 500 mercados externos à força da produção brasileira

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 15 de dezembro de 2025 às 15:35

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (15), que a atuação conjunta do governo federal e a qualidade da produção brasileira foram decisivas para a abertura de mais de 500 mercados internacionais a produtos agropecuários do país entre 2023 e 2025. Segundo ele, os avanços refletem a experiência acumulada ao longo dos anos. “O acerto das coisas que estão acontecendo no Brasil se deve ao aprendizado que nós tivemos ao longo de muitos anos”, declarou.

A afirmação foi feita durante a inauguração da sede própria da ApexBrasil, em Brasília. O evento também marcou a celebração da abertura dos 500 novos mercados no exterior, que já resultaram em US$ 3,4 bilhões em exportações.

A expansão comercial é coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com participação da ApexBrasil, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, em articulação com o setor privado.

“O que acontece no Brasil hoje: a gente produz para atender o mercado interno e a gente produz tão bem que a gente consegue atender as necessidades do mercado externo. Essa é a coisa mais perfeita que poderia acontecer”, afirmou Lula.

O presidente elogiou o trabalho dos ministros e das equipes envolvidas no processo de internacionalização e afirmou que pretende ampliar ainda mais a presença brasileira no exterior. Em 2026, por exemplo, ele participará da Feira de Hannover, na Alemanha, um dos principais eventos globais de inovação e tecnologia industrial. Para Lula, a indústria nacional é competitiva e possui identidade própria.

“Nós já não precisamos do que eles precisam. Agora, quem tem que falar isso somos nós. Então, nessa feira, a gente vai ver se leva a maior quantidade de empresário que nós já levamos, porque chega do Brasil se apresentar como se fosse um coitadinho”, disse.

Lula também anunciou viagens à Coreia do Sul, com foco em parcerias no setor de cosméticos, e à Índia, onde enxerga oportunidades nas áreas de defesa, fármacos e tecnologias agrícolas.

Segundo estimativas do Mapa, os 500 mercados abertos em mais de 80 países têm potencial de gerar mais de US$ 37,5 bilhões por ano em exportações. Cada país pode concentrar diversos mercados, a depender do tipo de produto. Entre os principais itens habilitados estão carnes, algodão, frutas e pescados.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, classificou a ampliação como um “feito histórico”, atribuindo o resultado à diplomacia brasileira e à capacidade produtiva do país. Ele destacou ainda que, em 2025, o Brasil recebeu a certificação internacional de país livre de febre aftosa.

“Por 72 anos, o Brasil lutou contra essa doença. E o mundo agora reconhece a sanidade dos produtos brasileiros, capacidade de produzir cada vez mais com garantia das qualidades. Para isso, para ganhar força de trabalho, saímos de 29 adidos [representante do país no exterior] para 40 novos adidos percorrendo os países, interagindo com os empresários. Enfim, uma força tarefa sempre precedente”, afirmou.

Para Fávaro, os novos mercados devem se converter gradualmente em negócios consolidados. “O empresário do outro lado compra um produto, faz o primeiro container, vê que o produto é bom, vê que chega na hora certa, que tem demanda e o Brasil aguenta suprir essa demanda, ele vai ampliar. O fruto desses 500 mercados, o Brasil vai entender nos próximos anos, a odisseia e a grande oportunidade”, disse.

De acordo com a ApexBrasil, entre 2023 e 2025, o trabalho conjunto da agência com o Mapa e o MRE resultou em mais de 170 ações internacionais em 42 países, com US$ 18 bilhões em negócios projetados e atendimento a mais de três mil empresas brasileiras. No período, foram realizadas 19 missões presidenciais e cinco vice-presidenciais.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou a importância da parceria com o setor privado. “A Apex tem 52 convênios com 52 setores da economia do Brasil [para participação em eventos no exterior]. Convênios meio a meio, a Apex põe a metade do dinheiro e as organizações põe a metade do dinheiro. Para quê? Para o Brasil estar presente no mundo inteiro. São mil eventos por ano”, afirmou.

Criada em 2003, durante o primeiro mandato de Lula, a ApexBrasil apoiou, até outubro de 2025, 20.754 empresas no ano, sendo 66% micro, pequenas e médias, com foco especial nas regiões Norte e Nordeste, dentro da estratégia de descentralização da promoção comercial.

O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil deve alcançar um novo recorde de exportações em 2025. “Mesmo com o mundo crescendo menos e preço menor, nós devemos bater um recorde de US$ 345 bilhões de exportação, e US$ 629 bilhões de corrente de comércio. Até o panetone aumentou a exportação, aumentou 4% da exportação de panetone esse ano”, disse.

“Não há país do mundo que tenha um crescimento mais forte e sustentável que não se abriu ao mundo, que não priorizou o comércio exterior, que não conquistou o mercado”, concluiu Alckmin.