Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Brasil

/

Produção científica brasileira volta a crescer em 2024

Brasil

Produção científica brasileira volta a crescer em 2024

País registra mais de 73 mil artigos publicados, mas ainda está abaixo do nível alcançado em 2021, aponta relatório da Elsevier e da Bori

Produção científica brasileira volta a crescer em 2024

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 18 de dezembro de 2025 às 09:14

Após dois anos consecutivos de queda, a produção científica brasileira voltou a apresentar crescimento em 2024, com a publicação de mais de 73 mil artigos. O volume representa um aumento de 4,5% em relação a 2023, segundo relatório divulgado pela editora científica Elsevier em parceria com a agência de notícias científicas Bori.

Apesar da retomada, o levantamento indica que a ciência brasileira ainda precisa ampliar sua produtividade para recuperar o patamar anterior às quedas recentes. Em 2021, o país havia registrado 82.440 artigos científicos publicados.

O estudo também aponta um crescimento expressivo no número de pesquisadores brasileiros ao longo da última década. Em 2004, havia 205 autores que publicavam artigos científicos a cada 1 milhão de habitantes. Em 2024, essa proporção quase quintuplicou, alcançando 932 pesquisadores por milhão.

O relatório foi elaborado com base na Scopus, considerada a maior base de dados de literatura científica revisada por pares do mundo, que reúne mais de 100 milhões de publicações de aproximadamente 7 mil editoras nas áreas de ciência, tecnologia, medicina, ciências sociais, artes e humanidades.

A análise por áreas do conhecimento mostra que as ciências da natureza continuam liderando o volume de publicações no Brasil, seguidas pelas ciências médicas. No entanto, o maior crescimento proporcional em 2024 foi observado nos artigos das áreas de engenharias e tecnologias, que registraram alta de 7,1%.

O estudo também avaliou a variação da produção científica de 32 instituições brasileiras que publicaram mais de mil artigos em 2024. Destas, 29 apresentaram crescimento, com destaque para as universidades federais de Pelotas, de Santa Catarina e do Espírito Santo.

Em sentido oposto, três instituições registraram queda na produção: a Universidade Federal de Goiás, a Universidade Estadual de Maringá e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

No cenário global, o relatório analisou dados de 54 países com produção anual superior a 10 mil artigos científicos. A maioria apresentou crescimento entre 2023 e 2024, com exceção de Rússia e Ucrânia.

Também foi calculada a taxa de crescimento composta de cada país ao longo de uma década, entre 2014 e 2024. Nações de alta renda, com tradição consolidada em pesquisa científica, tendem a apresentar taxas anuais inferiores a 5%, enquanto países de renda média e baixa, ainda em fase de consolidação de seus sistemas de ciência e tecnologia, registram índices mais elevados.

No período analisado, os maiores crescimentos foram observados no Iraque, Indonésia e Etiópia, enquanto França, Japão e Taiwan apresentaram os menores índices. O Brasil aparece na 39ª posição, com crescimento semelhante ao de países desenvolvidos como Suíça e Coreia do Sul, mas o relatório aponta que o país vem perdendo fôlego nos anos mais recentes.

Entre 2006 e 2014, a taxa de crescimento da produção científica brasileira manteve-se próxima de 12% ao ano. A partir de 2016, houve uma queda acentuada, com manutenção de uma trajetória de desaceleração desde então. Considerando o período de dez anos encerrado em 2024, o crescimento acumulado do Brasil foi de apenas 3,4%.