Brasil
Classificada para Nobel da Educação, brasileira conta como criou projeto que tirou mais de 1t de lixo das ruas
Professora Debora Garofalo desenvolveu ação que reaproveita resíduos para criar protótipos de robótica
Foto: Reprodução/Twitter
A professora Debora Garofalo foi finalista do Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação, depois de ter a ideia de fazer a diferença na comunidade da escola onde atua, em uma comunidade carente de São Paulo.
Em entrevista à Rádio Metrópole nesta quinta-feira (18), ela conta que as crianças da unidade sofriam os efeitos da falta de saneamento básico e reclamavam que não iam à escola em dias de chuva por conta do lixo e do risco de doenças, como dengue e leptospirose. O vencedor do prêmio mundial foi Peter Tabichi, professor em Nakuru, no Quênia.
"Tive a ideia de propor para eles, através de aulas públicas, que sensibilizássemos a comunidade local sobre a sustentabilidade e sobre o descarte do material e que, nesse percurso, a gente coletasse o lixo, tanto eletrônico quanto reciclável, para que a gente levasse para sala de aula e, através desse material, aprender programação e robótica", relatou Debora.
No começo, os alunos acharam a iniciativa inusitada, mas depois passaram por uma mudança cultural e entenderam o objetivo da ação. O primeiro protótipo desenvolvido na turma foi um carrinho movido a balão de ar.
"Dessa forma, nasce o trabalho de sucata com robótica, que, em 3 anos, retirou mais de uma tonelada de lixo transformados em protótipo", informou.
Os estudantes e a professora separam os materiais que podem ser usados, como garrafas e plásticos, e descartam o que não pode ser aproveitado, a exemplo de produtos de vidro.
Depois do trabalho feito na comunidade, Debora avalia que os moradores passaram a enxergar o lixo de outra forma e deixaram de descartar os materiais que podem ser reaproveitados nas ruas.
"A questão do lixo no Brasil é muito cultural. As pessoas descartam ventiladores e computadores, tudo na rua. A gente viu que as pessoas (da comunidade) hoje não tem mais preocupação de descartar esse material na rua. A gente vê a mudança cultural nas pessoas, de entenderem que não é lixo e pode ser reaproveitado, outra pessoa pode usar", explica.
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