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Professor de arquitetura analisa impactos da construção de esteiras rolantes no Centro Histórico: "É um desafio"

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Professor de arquitetura analisa impactos da construção de esteiras rolantes no Centro Histórico: "É um desafio"

Projeto é se assemelha ao que existe na cidade de Santander, na Espanha

Professor de arquitetura analisa impactos da construção de esteiras rolantes no Centro Histórico: "É um desafio"

Foto: Divulgação: Esteiras rolantes na cidade de Santander, na Espanha

Por: Juliana Rodrigues e Adele Robichez no dia 17 de agosto de 2021 às 14:58

A Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas de Salvador (Seinfra) está cogitando a criação de túneis com esteiras rolantes para pedestres nas ruas do Centro Histórico da capital baiana. O projeto é semelhante ao que existe na cidade de Santander, na Espanha (foto).

Para o diretor da Faculdade de Arquitetura da Ufba  (Faufba), Sérgio Kopinski, a medida precisa ser bem estudada para não trazer inúmeros problemas. 

“A princípio, estudar isso de maneira cuidadosa me parece uma ideia interessante porque articula a movimentação de pedestres. Mas é claro que tudo isso vem acompanhado de nossos receios: quem opera, qual a conservação, execução, impacto com as comunidades e a necessidade de debater isso com a população, os moradores de Salvador”, diz.

“A depender de como seja feito, pode ter impactos negativos”, alerta o diretor da Faufba. Ele acredita que o projeto tem que ser analisado detalhadamente e comparado com outras ideias antes de ser posto em prática. “É um desafio dado pela topografia da cidade. Isso pode ser estudado com cuidado, com soluções que privilegiem o pedestre”, afirma. “Tem uma série de propostas. Estudar essas alternativas não me parece má ideia”, sugere.

A ideia, revelada pelo secretário da Seinfra, Luiz Carlos de Souza, consiste na criação de dois túneis. Um deles, com extensão de 815 metros, saindo do Campo da Pólvora para a Cidade Baixa e o outro, do Terminal da Lapa para a Barroquinha, com 425 metros de distância.

O Metro1 também ouviu o arquiteto Paulo Ormindo, um dos idealizadores da intervenção. Segundo ele, que prestou uma consultoria sobre o projeto para a Fundação Mário Leal Ferreira há dois anos, “é um sistema que contempla não só a maior utilização do metrô como também a comodidade da população e acessibilidade ao Centro Histórico, que, hoje, não tem por meio do transporte coletivo”.

“No meu projeto, esses dois túneis não seriam túneis expressos. Eles teriam articulações com logradouros públicos. No caso do Campo da Pólvora com o Comércio, indiquei um imovel baldio, fácil de chegar, no fundo do Convento de São Francisco. O outro elevador ficaria na saída do Terreiro de Jesus, onde tem, atualmente, um posto policial”, explica.