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Até quando? Estão de volta o grande fluxo de passageiros no ferry e as queixas
Quem não quiser perder tempo, passar por constrangimentos e ser pessimamente atendido, melhor não utilizar o sistema ferryboat, administrado pela Internacional Travessias. [Leia mais...]
Foto: Tácio Moreira/Metropress
Quem não quiser perder tempo, passar por constrangimentos e ser pessimamente atendido, melhor não utilizar o sistema ferryboat, administrado pela Internacional Travessias.
A empresa assumiu o controle do sistema em 2013, depois que o governo do estado declarou caducidade da concessão da TWB, após encontrar irregularidades. Embora a TWB seja inalcançável no quesito serviço ruim, a Internacional Marítima fracassa em trazer a qualidade que o povo baiano merece.
Mais uma vez, os usuários do sistema procuraram a Metrópole para denunciar a demora quase eterna para embarque, no Terminal de São Joaquim ou no de Bom Despacho, e as infindáveis filas que bateram recorde de tamanho nas festas de fim de ano.
Além disso, recebemos denúncias de usuários que passaram a adotar a prática abusiva de furar as filas no embarque de carros de passeio. Para piorar, um ouvinte ainda se queixou da dificuldade para embarque de pedestres nos ferries gregos Zumbi dos Palmares e Dorival Caymmi, que são os mais novos do sistema.
Passageiro denuncia agressão
O advogado Vanildo Júnior acusa um funcionário da Internacional Travessias de tê-lo agredido, após denunciar os carros que furam fila no embarque. “Umas 22h, uma senhora saiu de dentro de um carro com placa de Manaus e conversou com um polícial, que em seguida, mandou abrir a fila preferencial para o carro sair. O carro foi parar na frente de todo mundo e ficou numa posição privilegiada para entrar”, relatou.
“Fui reclamar com o funcionário, que me informou que se tratava de um carro com hora marcada para 23h30. 20 minutos depois, o carro embarcou. Fui reclamar de novo com o funcionário e ele me agrediu verbalmente. O carro de Manaus furou a fila, embarcou antes de todo mundo e eu esperei mais de sete horas para embarcar. Viajei de Ilhéus até Bom Despacho e quando cheguei ainda tive que aguentar carros furando a fila”, criticou.
Desorganizado
O técnico agrícola Joaquim de Cerqueira procurou a Metrópole para denunciar a dificuldade no embarque de pedestres nos ferries Zumbi dos Palmares e Dorival Caymmi, adquiridos por R$ 54,9 milhões, em 2014, pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).
“O embarque de pedestres nesses novos ferries é feito pelo mesmo local onde embarcam os carros: a rampa de acesso. Acontece que essa rampa tem muitas ondulações que dificultam o trânsito e a passagem dos pedestres. Eu, que tenho 43 anos, tive muita dificuldade de acessar. Imagine um idoso de 70, 80 anos de idade, ou um cadeirante”, afirmou.
“Os pedestres saem primeiro, os automóveis ficam parados, esperando para sair, porque o acesso é dado pelo mesmo local. Pode acontecer algum acidente se um motorista mais apressado resolver sair antes da hora, empurrando as pessoas”, criticou.
Internacional diz desconhecer prática
Questionada pela Metrópole sobre um eventual favorecimento a alguns carros na fila, a Internacional Travessias se limitou a dizer que “desconhece qualquer situação desta natureza e que o atendimento a qualquer pessoa que utilize o sistema é feito seguindo os trâmites formais”. A empresa disse ainda que “trabalha com o máximo respeito a todos os clientes e atua de modo a atendê-los com presteza, sem distinção”.
Ferry novo será substituto
Em entrevista recente à Metrópole, o secretário de Infraestrutura do estado, Marcus Cavalcanti, disse que mesmo diante dos relatos dos passageiros, o sistema ferryboat funciona satisfatoriamente. “Mesmo no momento de crise, estamos conseguindo transportar mais gente e tornando o sistema mais eficiente. Implantamos a hora marcada, para que as pessoas consigam ter mais facilidade”, afirmou.
Cavalcanti informou ainda que o governo do estado tem a intenção de adquirir um ferry novo para integrar o sistema. “Já localizamos um, que vai ser substituto. A nova [embarcação] vai ser implementada em breve”, disse.
Ele ainda falou dos casos de depredação nas embarcações. “Tivemos problemas principalmente em sanitários. Solicitei que a empresa fizesse uma campanha para inibir que esses depredadores façam isso”, garantiu.
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