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Após MP abrir inquérito, Le Parc diz a moradores que sindicância apura circulação de jornal de ultradireita

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Após MP abrir inquérito, Le Parc diz a moradores que sindicância apura circulação de jornal de ultradireita

O 'Redpill e Rapadura', com conteúdo transfóbico, racista e antivacina, foi colocado na caixa de correio das residências

Após MP abrir inquérito, Le Parc diz a moradores que sindicância apura circulação de jornal de ultradireita

Foto: Divulgação

Por: Tailane Muniz no dia 14 de outubro de 2021 às 07:40

O Condomínio Le Parc Residential Resort, localizado na Paralela, em Salvador, informou aos moradores, na tarde de quarta-feira (13), que a circulação do Redpill e Rapadura, uma espécie de jornal de ultradireita, é "tratado no âmbito da sindicância". Em comunicado oficial, o residencial disse ainda que providências "já estão sendo tomadas em relação à circulação de jornais não autorizados nos escaninhos de correios dos moradores".

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) solicitou que o Le Parc enviasse à Promotoria imagens das câmeras de segurança do residencial dentro do prazo de sete dias, contados a partir ontem, para que os autores do conteúdo - transfóbico, racista e antivacina - sejam identificados e responsabilizados criminalmente.

O material, chamado de 'Redpill e Rapadura' (pílula vermelha e rapadura — numa referência ao filme Matrix e uma comida típica nordestina), foi colocado na caixa de correio de todos os moradores do Le Parc, há aproximadamente 13 dias. 

Na mensagem destinada aos moradores, o Le Parc afirma também que os escaninhos são de utilização de interesse privativo do condomínio e não devem ser utilizados para "qualquer mensagem de cunho político, religioso ou potencialmente ofensivo a ideologias". Por fim, reforçou que continua necessária a prevenção contra a Covid-19, com atenção à vacina.  

Ao Metro1, a promotora Márcia Teixeira, da 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, afirmou que recebeu um exemplar desta, que é a segunda edição do jornal, nesta quarta-feira. "Trata-se de uma investigação criminal porque, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que é o que deveria ser aplicado a casos de racismo social, a exemplo de transfobia. E foi o que este jornal fez, ao tratar a transexualidade como doença".