Faculdade Batista Brasileira, em Salvador, deve R$ 1,8 mi a professores

A Faculdade Batista Brasileira (FBB) deve R$ 1,8 milhão aos mais de 50 professores que dão aulas em cinco cursos da instituição, localizada no bairro do Itaigara, em Salvador. Com salários atrasados há seis meses, os docentes continuam a cumprir a carga horária sem qualquer atualização da FBB - que, por meio da assessoria, informou à reportagem que não vai comentar o assunto.

Além da remuneração mensal, os funcionários da unidade também não recebem férias nem 13ª salário desde 2020. Ligada à Igreja Batista do Caminho das Árvores, a FBB também coordena o Colégio Batista, no mesmo prédio, sob a direção de Andrea Brandão Kraus. O Metro1 tentou contato direto com Andrea, que não atendeu nem retornou as ligações.

A folha de pagamento dos salários de professores, somente da FBB, corresponde a cerca de R$ 300 mil mensais, sem contabilizar eventuais benefícios. A dívida, portanto, deve ultrapassar a cifra de R$ 1,8 milhão.

Em anonimato, um dos professores da faculdade relata que os colegas que lecionam na escola enfrentam a mesma situação. "Estão todos revoltados. Muitos afundados em dívidas, passaram o Natal com fome, enquanto a direção ostentava mesa farta nas redes sociais", diz ele, que garante cumprir as demandas, mesmo sem receber pelo trabalho.

O educador diz ainda que, além de procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT), tentativas de comunicação direta foram feitas, sem resposta da FBB. A situação é monitorada pelo Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro), que também aguarda retornos da instituição.

Nos últimos dias, os docentes receberam, por e-mail, a convocação para o início do primeiro semestre letivo de 2022, no próximo dia 28. A unidade abriu turmas para os cursos de direito, administração, teologia, pedagogia e gastronomia.

Nos bastidores, contudo, circula a informação de que cursos serão fechados e demissões definidas, a partir da próxima semana. "Sendo que as rematrículas aconteceram. Acredito que aceitaram matrículas para ganhar dinheiro dos alunos e, posteriormente, fazer a transferência deles para outras instituições", considera o professor. 

Ele comenta ainda que, na única vez que propôs solução, a FBB garantiu que a situação seria regularizada mediante empréstimo. O que nunca aconteceu.